Novos casos de infecção por HIV caíram 25% em 10 anos. Brasil é exemplo mundial na luta contra a Sida.



O número anual de novos casos de infecção pelo vírus HIV caiu 25% em todo o mundo na última década (2001/2010), de acordo com um relatório publicado há minutos pela Unaids, Programa das Nações Unidas para o HIV e Sida.

De acordo com a ONU, em 2010 existiam mais de 34 milhões de pessoas a viver com o vírus HIV. Ainda assim, há novidades que podem ser consideradas animadoras. Em 2010, 94% dos países tinham estratégias nacionais de combate à Sida, sendo que, de 2006 a 2010, a quantidade de nações com programas contra a discriminação do portador de HIV cresceu de 39 para 92%.

Ainda assim, há muito trabalho a ser feito. O relatório indica que o vírus é ainda a principal causa de morte entre mulheres em idade reprodutiva – jovens entre 15 e 24 anos representam 26% do total de novas infecções no mundo. Ainda mais preocupante é o facto de, nos jovens entre os 10 e 14 anos, o número de infecções ter crescido dos 50 mil, em 1999, para os 300 mil, em 2010.

O relatório diz ainda que, em 2010, cerca de 6,6 milhões de pacientes de países subdesenvolvidos receberam tratamento contra a doença. Um número 22 vezes superior ao registado em 2001.

Consulte parte do relatório, denominado “Sida aos 30: Nações na Encruzilhada”, no site das Nações Unidas (em inglês).

O Brasil, recorde-se, foi um dos percursores mundiais na luta contra o HIV. Com um programa precoce de distribuição gratuita de medicamentos, o País tornou-se no grande modelo da luta contra a Sida na América Latina e no mundo em desenvolvimento, num altura em que se marca os 30 anos da descoberta da doença.

“Quando nenhum país tinha tomado esta decisão, o Brasil tornou-se, em 1996, no primeiro país em desenvolvimento a oferecer a terapia pública e para todas as pessoas” infectadas, explicou esta semana à AFP o coordenador, no Brasil, do programa OnuAids, Pedro Chequer.

“A expectativa de vida antes da introdução da terapia era de 5,8 meses; com a terapia, passou a 58 meses e hoje temos muitas pessoas que estão há mais de 20 anos a conviver com o HIV”, revelou por sua vez, também à AFP, Eduardo Barbosa, director adjunto do programa brasileiro contra a Sida, que acaba de completar 25 anos.

Aliás, o Brasil produz hoje 10 dos 20 medicamentos de tratamento anti-Sida, que também distribui a países da África e da América Latina, como Bolívia, Paraguai, Nicarágua e Equador. Em 2008, montou mesmo uma fábrica de antirretrovirais em Moçambique.





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