Os telhados da Nova Zelândia poderão vir a produzir hidrogénio verde a baixo custo
A energia excedente dos painéis solares instalados em habitações na Nova Zelândia poderá, no futuro, ser usada para produzir hidrogénio verde a preços competitivos, defendem investigadores da Universidade de Canterbury. O estudo analisou o potencial solar doméstico em Auckland e Christchurch e conclui que, sobretudo no verão, há eletricidade produzida a mais que poderia alimentar eletrolisadores para gerar hidrogénio limpo.
Mesmo com o crescimento do consumo elétrico — impulsionado pelos veículos elétricos e pelas bombas de calor — os investigadores verificaram que subsiste um excedente significativo. Esta energia poderia ser canalizada para a produção de hidrogénio destinado ao armazenamento de energia, a processos industriais que exigem calor ou ao fabrico de fertilizantes.
“Cidades como Auckland e Christchurch têm um enorme potencial solar por explorar”, explica Stella Nadine Steidl, autora principal do estudo. “No verão, os sistemas solares domésticos produzem frequentemente mais do que aquilo que as famílias consomem.”
Segundo a investigadora, se os custos da energia solar e dos eletrolisadores continuarem a descer, como indicam as tendências internacionais, o hidrogénio produzido a partir de energia renovável poderá tornar-se competitivo face ao hidrogénio obtido a partir de gás natural já na próxima década.
“O nosso trabalho mostra que os painéis solares nos telhados podem fazer muito mais do que abastecer as casas”, acrescenta Steidl. “Também podem contribuir para acelerar a transição da Nova Zelândia para um sistema energético mais limpo e renovável”, conclui.