Projeto “Floresta Limpa” utiliza Inteligência Artificial em sistema para prevenir incêndios

Investigadores do NOVA LINCS – Laboratory for Computer Science and Informatics, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCT) lançam a plataforma “Floresta Limpa” que explora técnicas de Inteligência Artificial para minimizar o risco e impacto dos incêndios florestais.
A ferramenta foi concebida no âmbito do projeto “Floresta Limpa – Vigilância automática e participada das zonas de proteção contra incêndios florestais”.
Em comunicado, a NOVA FCT explica que esta plataforma permite a monitorização contínua da limpeza e manutenção das faixas de gestão de combustível de incêndios (FGCI), tal como estipulado legalmente, de forma a proteger vidas humanas, florestas, meio ambiente e bens materiais.
Além disso, disponibiliza uma App Android, criada e desenvolvida pela mesma equipa, para facilitar e auxiliar o trabalho e a contribuição das autarquias, autoridades e do público em geral relativamente ao estado de manutenção das FGCI. A aplicação encontra-se configurada atualmente para os concelhos de Almada, Mação e Santarém, mas o objetivo é, ao longo do tempo, ser alargada a outras regiões do país.
Esta aplicação resulta de um projeto de investigação financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT – projeto PCIF/MOG/0161/2019), que teve a duração de quatro anos e contou com o apoio e contributo do INESC.ID, Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I. P. (IPMA), do Município de Mação e The Navigator Company.
Os investigadores lançaram também o website www.florestalimpa.pt com informação sobre o projeto e portal de consulta aos dados abertos gerados, que servem de base ao funcionamento ao sistema.
Potenciando os dados resultantes do levantamento de características dos padrões temporais de índices de vegetação, obtidos a partir da informação satélite, através de inteligência artificial e algoritmos de aprendizagem automática, o sistema desenvolvido avaliará, de forma automática e regular, o estado de limpeza das faixas de gestão de combustível de incêndios. Vai também monitorizar a evolução do material combustível de outras áreas de interesse recentemente ardidas, desflorestadas ou plantadas, que acabam por contribuir ou funcionar como áreas de contenção da propagação dos incêndios.
O projeto, nas diferentes vertentes, vai permitir recolher informação atualizada e verificada sobre o estado das faixas de gestão de combustível de incêndios (FGCI), contribuindo para melhorar o planeamento das atividades de limpeza e, em especial, de fiscalização; aumentar a sensibilização da população para as necessidades efetivas de prevenção contra os incêndios e aumentar a eficácia no combate por via da disponibilidade de informação atualizada e confiável.
“Este projeto de investigação é exemplar pelos resultados atingidos e medidas implementadas que vão permitir o acompanhamento e monotorização das faixas de gestão de combustível de incêndios”, diz, citado em nota, Carlos Viegas Damásio, coordenador do projeto e investigador do NOVA LINCS da NOVA FCT.
“É um passo importante para obter informação relevante, dada a dificuldade da extensão e dispersão destas faixas sobretudo a Norte do Tejo”, acrescenta, recordando que “ao longos destes quatro anos de investigação, contámos com o apoio de investigadores, bolseiros e alunos, que foram vitais para a criação do sistema, da plataforma, da aplicação e do website”.