Projeto Fontes Sonoras cruza arte sonora, ecologia e comunidade numa aldeia de Leiria
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O projeto Fontes Sonoras arranca em março, em Leiria, com um conjunto de residências artísticas que vão mergulhar na aldeia das Fontes, onde nasce o rio Lis, para cruzar arte sonora, ecologia e comunidade, revelou a organização.
A iniciativa é da Omnichord e arranca no início de março com a primeira de três residências. O compositor, performer e artista sonoro austríaco Andreas Trobollowitsch vai estar no território entre os dias 01 e 08, apresentando ao público o resultado do trabalho no dia 09 de março.
“O seu trabalho é caracterizado pelo uso de sistemas de rotação, vibração e ‘feedback’, além de modificar objetos do quotidiano e criar os seus próprios instrumentos”, detalhou a Omnichord em comunicado, explicando que Trobollowitsch explora, na sua intervenção, “a relação entre o físico e o intelectual, integrando aspetos visuais, espacialidade e movimento, sempre em relação com o som”.
Será o primeiro momento de Fontes Sonoras, que deriva do festival multidisciplinar Nascentes, realizado pela Omnichord no mesmo lugar. A intenção, agora, é propor “uma exploração sonora e escuta ativa do território”.
Com curadoria de Raquel Castro, diretora do festival Lisboa Soa e da associação Sonora, e codireção artística de Gui Garrido, Fontes Sonoras “utiliza a arte sonora como uma ferramenta de sensibilização para questões sociais, culturais e ecológicas”.
Para isso, a curadora convidou um conjunto de artistas que, em períodos de uma a duas semanas, vão “inspirar-se na paisagem natural e contexto cultural da aldeia”, para “explorar o som através das suas criações, num dos mais bonitos e preservados lugares da região”.
A partir de cada residência vão nascer obras a integrar “de forma sustentável e harmoniosa no ambiente que as acolhe”, procurando suscitar “um convite à reflexão e à escuta ativa”.
“Fontes Sonoras não é um mero exercício de criação, é também uma oportunidade para fortalecer o diálogo entre os artistas e a comunidade local”, realçaram os responsáveis do projeto, que ambicionam lançar “uma ferramenta de ativação da consciência crítica, capaz de ampliar a escuta e proporcionar uma compreensão mais profunda do território e das relações que nele se estabelecem”.
Depois de Andreas Trobollowitsch, em maio instala-se nas Fontes a dupla Inês Tartaruga Água e Xavier Paes, artistas plásticos portugueses cujas práticas combinam performance, som e imagem.
“O seu trabalho aborda questões sociais e ecológicas contemporâneas, utilizando a arte como um meio de intervenção e reflexão. A dupla também é conhecida pelo seu compromisso com práticas colaborativas e pela utilização de materiais e tecnologias acessíveis, de modo a criar uma obra aberta e participativa”, apresenta a Omnichord.
A primeira edição de Fontes Sonoras completa-se em outubro, com uma terceira residência, ainda por revelar.