Savannah diz que classificação como projeto estratégico é reconhecimento pela UE

A empresa Savannah disse hoje que a classificação da mina de lítio do Barroso como projeto estratégico pela Comissão Europeia é um reconhecimento pela “qualidade do trabalho” que está a desenvolver no concelho de Boticas.
Em Portugal, a Comissão Europeia escolheu quatro projetos estratégicos: um de processamento e extração de cobre na mineira Neves Corvo da Somincor em Castro Verde e outros três de lítio, como o projeto do Barroso pela Savannah Resources em Boticas, a Mina do Romano da Lusorecursos em Montalegre e o Lift One da Lifthium energy (do grupo José de Mello e Bondalti) em Estarreja.
A mina do Barroso foi viabilizada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), com a emissão de uma Declaração de Impacto Ambiental (DIA) favorável condicionada em 2023 e, para Boticas, a Savannah propõe uma mina a céu aberto.
“A conclusão do processo de classificação como projeto estratégico representa um passo para a Europa e para todos os setores de futuro que dependem dos minerais críticos. No que diz respeito ao projeto de lítio do Barroso, esta classificação reconhece a qualidade do trabalho que a Savannah tem vindo a desenvolver há vários anos, não só nos aspetos técnicos, mas também nos parâmetros sociais e económicos do projeto, incluindo o nosso envolvimento e colaboração com as comunidades locais”, afirmou, citado em comunicado, o presidente executivo (CEO) da Savannah Resources, Emanuel Proença.
Atualmente, segundo o responsável, a equipa da Savannah local conta com cerca de 30 pessoas – a que se somam várias dezenas de empregos indiretos – que vivem e trabalham diariamente na região do Barroso, acrescentando que a estas “muitas mais se juntarão”.
“A Savannah está comprometida com o desenvolvimento sustentável do projeto, respondendo às necessidades da comunidade e criando condições para um desenvolvimento económico sólido da região do Barroso”, salientou ainda.
A empresa acrescentou que irá agora trabalhar com a Comissão Europeia para “aproveitar plenamente as oportunidades que esta nova classificação proporciona”.
Este trabalho, apontou, decorrerá em paralelo com a conclusão da submissão do Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE) e do Estudo de Viabilidade Definitivo, prevista para o final de 2025, com o objetivo de iniciar a produção em 2027.
Organizações não-governamentais (ONG) e associações comunitárias já anunciaram que vão pedir à Comissão Europeia que reveja a decisão de escolher como projetos estratégicos, na Europa, minas a céu aberto de lítio e outros minerais.
A contestação das organizações estende-se de Portugal, à Sérvia, Roménia, Alemanha e Espanha e visa grandes projetos de lítio como as minas do Barroso (Boticas) e do Romano (Montalegre), em Portugal, Zinnwald na Alemanha, bem como a mina de lítio de San José em Espanha e o projeto de ouro-cobre Rovina na Roménia (ESM).
A Comissão disse hoje, em comunicado, que adotou, pela primeira vez, uma lista de 47 projetos estratégicos para aumentar as capacidades nacionais de matérias-primas estratégicas, o que, por sua vez, reforçará a cadeia de valor das matérias-primas europeias e diversificará as fontes de abastecimento.
De acordo com Bruxelas, os novos projetos estratégicos estão alinhados com a nova Lei das Matérias-Primas Críticas, que visa garantir que a extração, transformação e reciclagem de matérias-primas estratégicas na Europa satisfaçam respetivamente 10%, 40% e 25% da procura da União Europeia (UE) até 2030.
Os projetos estão localizados em 13 Estados-membros da UE que, além de Portugal, incluem a Bélgica, França, Itália, Alemanha, Espanha, Estónia, República Checa, Grécia, Suécia, Finlândia, Polónia e a Roménia.
Esta distinção é, na prática, um ‘selo’ de credibilidade da UE.