Sobe para nove número de mortos após passagem do ciclone Jude em Moçambique

As autoridades moçambicanas elevaram hoje para nove o número de mortos na passagem do ciclone Jude, mantendo-se em 20 o número de feridos, indica-se num boletim do instituto de gestão de desastres.
O número de pessoas afetadas foi de 100.410 pessoas afetadas. Já o número de famílias afetadas ascendeu a 19.961, em dados que agora incluem também as províncias centrais de Tete e Manica, além de Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo Delgado, as três últimas do norte de Moçambique.
O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) aponta ainda, em dados até quarta-feira, 20.244 casas total e parcialmente destruídas, 28 unidades de saúde, 22 casas de culto e um edifício público afetados.
Um total 59 escolas, 182 salas de aulas, 17.401 alunos e 264 professores estão também entre os afetados pelo Jude, havendo ainda seis pontes, um aqueduto e 1.262 áreas agrícolas fustigadas pela intempérie.
O ciclone tropical Jude entrou em Moçambique, na madrugada de segunda-feira, através do distrito de Mossuril, em Nampula, com ventos de 140 quilómetros por hora e rajadas até 195 quilómetros por hora, disse à Lusa Manuel Francisco, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inam) de Moçambique.
Logo após a entrada no país, o ciclone “voltou ao estágio de tempestade tropical severa”, disse o meteorologista.
Moçambique está em plena época chuvosa, que decorre entre outubro e abril, período em que foram já registados os ciclones Chido e Dikeledi, que afetaram igualmente o norte do país.
Os ciclones atingiram Moçambique entre dezembro do ano passado e janeiro último, com maior impacto nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, tendo afetado cerca de 736.000 pessoas e causado a destruição de infraestruturas públicas e privadas.
Eventos extremos, como ciclones e tempestades, provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique entre 2019 e 2023, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
O país africano é considerado um dos mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.