Transparência das empresas na indústria extrativa em Moçambique baixou
Um relatório da organização não-governamental (ONG) Centro de Integridade Pública voltou a alertar para a redução do nível de transparência das empresas que atuam na indústria extrativa em Moçambique em 2022, com destaque para a componente ambiental.
“A transparência do setor extrativo para a terceira edição foi classificada de baixa, tendo alcançado 21 pontos de um total de 100. Estes resultados, quando comparados com os da segunda edição, revelam que os níveis de transparência do setor extrativo no país têm estado a deteriorar-se”, refere o relatório do Centro de Integridade Pública (CIP), que analisou os níveis de transparência de 21 empresas do setor que atuam no país.
A Kenmare Resources, que explora areias pesadas no Norte, foi apontada, uma vez mais, como a empresa mais transparente do setor extrativo em Moçambique, com 93 pontos.
“Este resultado consolida as posições alcançadas nas edições anteriores e representa melhorias em termos de disponibilização de informações, como são os casos dos conteúdos na sua página em português e abertura para a apresentação das atividades desenvolvidas no local da mineração”, refere o relatório.
A Sasol, empresa que explora gás no sul do país, ficou em segundo lugar, com 60 pontos, numa lista em que a Vulcan, que comprou recentemente à brasileira Vale a exploração de carvão no centro de Moçambique, está entre as três últimas posições.
A ONG nota que, uma vez mais, os grandes intervenientes dos projetos do gás da bacia do Rovuma, onde se esperam enormes receitas que possam acelerar o desenvolvimento de Moçambique, não constaram das posições cimeiras do índice.
“Importa ainda destacar que, mais uma vez, os grandes intervenientes da bacia do Rovuma, de onde se esperam enormes receitas que possam catapultar o desenvolvimento de Moçambique, não constam das posições cimeiras do índice”, refere o relatório do CIP.
O ITSE é baseado numa classificação atribuída a empresas moçambicanas e estrangeiras do setor mineiro e petrolífero, que visa, com base em critérios internacionais de análise, avaliar os níveis de transparência no que diz respeito à partilha de informação útil sobre os seus investimentos.
A iniciativa, lançada pelo CIP em 2020, avaliou as empresas com base em quatro indicadores: componente fiscal, social, ambiental e governação corporativa.