DEI Summit, a 1.ª Grande Conferência Nacional para a Diversidade, Equidade e Inclusão
A DEI Summit – a 1.ª Grande Conferência Nacional para a Diversidade, Equidade e Inclusão, organizada pela Associação Portuguesa para a Diversidade e Inclusão (APPDI), em conjunto com o Grupo Ageas Portugal, juntou mais de 45 pessoas oradoras e 700 pessoas inscritas em dois dias de reflexão muito participada, foi divulgado em comunicado.
A iniciativa, que decorreu esta semana no Iscte – Instituto Universitário de Lisboa, teve o propósito de contribuir para a promoção da literacia para os Direitos Humanos, reconhecendo a importância da criação de um espaço de partilha e de aprendizagem coletiva, bem como potenciar o lugar de fala para as vozes mais ativas em mudanças sociais positivas em Portugal.
As 16 horas de reflexão que incluíram intervenções de decisores políticos, dirigentes da administração pública, representantes da academia, setor empresarial, jornalistas e sociedade civil, vão ser agora materializadas num relatório de boas práticas e recomendações para organizações públicas e privadas, designadamente empresas e administração pública.
Os painéis de discussão que abordaram, entre outros temas, a integração no mercado de trabalho; práticas organizacionais inclusivas; o pilar social e o impacto das políticas públicas no combate às desigualdades históricas e sociais; bem como a importância dos meios de comunicação tradicionais e do digital, permitiram recolher as seguintes conclusões preliminares:
- Os Direitos Humanos não podem ser vistos como um dado adquirido e a promoção da diversidade tem de ser um trabalho coletivo e não apenas de uma minoria.
- Nem todas as pessoas têm a mesma oportunidade para participar. É preciso promover lugares de fala e de partilha para grupos e minorias discriminadas.
- As mudanças não se fazem só por decreto. É necessário aproximar as leis das pessoas.
- A realidade de cada pessoa é distinta e, por isso, é importante trabalhar com foco nas dimensões da interseccionalidade.
- É urgente criar ambientes seguros para progredir da inclusão ao sentido de pertença.
- É importante que as organizações continuem a apostar na importância de formação em Diversidade, Equidade e Inclusão, bem como na revisão de procedimentos de Recursos Humanos.
- As lideranças das organizações têm de estar comprometidas na criação de espaços seguros e no reconhecimento do valor acrescentado da diversidade, equidade e inclusão.
- Na esfera da comunicação social, é crucial identificar os enviesamentos inconscientes e mitigá-los, bem como contrariar a resistência e o backlash do modo como os temas DEI são, por vezes, tratados.
- As políticas públicas para a diversidade, equidade e inclusão têm de ser comunicadas e divulgadas de forma que a sociedade em geral as reconheça no dia a dia e em todas as áreas de intervenção.
- É necessário concretizar de forma mais evidente a articulação entre Estado, empresas, setor social e sociedade civil nos temas da diversidade, equidade e inclusão.
Para Paula Carneiro, Presidente da APPDI, a DEI Summit “evidenciou que é preciso sempre muita vontade e, acima de tudo, compreender que trabalhar a diversidade, equidade e inclusão é um imperativo ético e moral. As organizações só têm de pensar se querem ser líderes ou serem lideradas por outros exemplos. Acreditamos que liderar pelo exemplo é bem melhor. A diversidade é também um fator distintivo nas vantagens económicas e de competitividade nas empresas e organizações.”
Para Luís Menezes, CEO do Grupo Ageas Portugal, “com esta 1.ª Conferência Nacional para a Diversidade, Equidade e Inclusão cumprimos o objetivo de envolver empresas e organizações do tecido empresarial, dirigentes da administração pública, académicos e representantes de associações na partilha de desafios e boas práticas. A consciencialização e mudança de mentalidades leva-se também através das organizações que estiveram aqui presentes com recomendações de como é que podem abordar estes temas dentro das práticas das organizações.”
O balanço positivo da primeira edição da DEI Summit quer a nível de audiência, mas essencialmente a nível dos contributos recolhidos para o desenvolvimento destas áreas, confirmou a motivação da Associação Portuguesa para a Diversidade e Inclusão (APPDI) e Grupo Ageas Portugal em almejar que esta conferência fosse uma ferramenta útil de netwoking e literacia.
Brevemente será apresentado o relatório de boas práticas e recomendações para organizações públicas e privadas, A mudança é urgente, sistémica e precisa da contribuição de cada pessoa!