Luzes estranhas em Ceres estão a intrigar cientistas (com FOTOS)



Ceres foi descoberto em 1801 por Giuseppe Piazzi, recebendo o nome da deusa romana da agricultura. Desde então recebeu diversas classificações, sendo inicialmente considerado um planeta, mais tarde um asteróide, até que em 2006 foi enquadrado na categoria de planeta anão.

O planeta anão, que é essencialmente composto por rocha e gelo, é o maior corpo celeste presente na cintura de asteróides entre Marte e Júpiter, com um diâmetro de cerca de 950 quilómetros. Ceres tem sido um enigma para os cientistas, especialmente desde que o telescópio espacial Hubble da NASA observou, em 2003 e 2004, um ponto brilhante na sua superfície. Desde então foram observadas duas grandes manchas luminosas à superfície de Ceres, que surgem nas imagens como luzes a brilhar sobre um fundo cinzento-escuro.

Para saber mais sobre este corpo celeste e para desvendar o mistério dos pontos luminosos, a NASA enviou este ano a sonda Dawn, que está em órbita desde 2007, para Ceres. O objectivo da missão é testar a teoria segundo a qual Ceres seria uma espécie de “embrião” de planeta rico em água – uma relíquia do nascimento do sistema solar, há 4.500 milhões de anos.

A sonda Dawn completou recentemente a primeira série de observações sistemáticas do planeta anão que estão previstas ao longo da sua missão. Um dos factos que a Dawn ajudou já a esclarecer é que o que pareciam ser dois pontos brilhantes na superfície de Ceres são afinal dois aglomerados de pontos mais pequenos, como revelam as fotos de alta definição do planeta anão divulgadas pelas NASA, tiradas a uma distância de 13.600 quilómetros.

A origem exacta destas manchas brilhantes continua, no entanto, por esclarecer. Pensa-se que estes pontos possam ser zonas de gelo ou de minerais hidratados, escreve o Daily Mail. Porém, a hipótese de serem feitos de gelo seria difícil de explicar, uma vez que Ceres não está suficientemente longe do Sol para ter gelo estável à superfície.

Outra das informações que a Dawn enviou para a Terra foram imagens térmicas destes dois pontos, que foram denominados por “Spot 1” e “Spot 5” pela NASA. Nestas imagens em luz infravermelha, o “Spot 1” surge como um ponto escuro numa bolha vermelha, mas o “Spot 5” simplesmente desaparece. Tal significa que o “Spot 1” é mais frio do que o que rodeia, ao passo que o “Spot 5” parece estar á mesma temperatura do que a zona envolvente.

Além dos pontos luminosos, Ceres alberga outro mistério: não é semelhante ao seu vizinho Vesta, que foi estudado pela Dawn em 2011 e 2012. Vesta é um grande rochedo irregular, sem vestígios de água. Este corpo brilha e reflecte grande parte da luz solar, mas Ceres é escuro – um contraste que parece indicar que os corpos se formaram a partir de matéria diferente.

Em Ceres existem também menos crateras que em Vesta, mas estas crateras sugerem que Ceres sofreu violentas colisões.

Os próximos passos da Dawn vão passar por uma maior aproximação ao planeta anão, para realizar uma segunda órbita de mapeamento e captar mais imagens, de forma a determinar nomeadamente se existe alguma actividade geológica em Ceres e a veracidade da hipótese do corpo celeste ser um planeta “bebé” que nunca se tornou adulto.

Fotos: NASA/JPL-CALTECH/UCLA/MPS/DLR/IDA

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