Portugal vai apostar na exportação de biocombustíveis para Espanha
A informação de que o Governo espanhol irá reduzir as importações de biodiesel da Argentina está a levar os produtores portugueses de biocombustíveis a pensarem neste mercado a curto prazo.
“Dentro de um ano quero estar a dar boas notícias sobre a exportação de biodiesel produzido em Portugal para Espanha”, revelou ao jornal i o secretário-geral da Associação Portuguesa dos Produtores de Biocombustíveis (APPBIO), Paulo Carmona.
O mercado português de biocombustíveis é composto por sete grandes produtores: a Bioportdiesel, a Fábrica Torrejana de Biocombustíveis, a Prio, a Sovena Oilseeds Portugal e a Biovegetal. No total, estes fabricantes empregam mais de 200 pessoas e geram um volume de negócios de 400 milhões de euros.
Segundo Paulo Carmona, até aqui o preço praticado pelos produtores argentino não deixavam grande margem de manobra nas exportações para Espanha, mas o cenário poderá alterar-se, até porque a proximidade geográfica deverá facilitar as exportações.
“Beneficiamos de uma boa capacidade logística e produtiva, com fábricas modernas e que estão a produzir a dois terços da sua capacidade”, explicou Paulo Carmona. “A situação dos biocombustíveis em Portugal é semelhante a quase todos os países europeus. [A capacidade instalada] é suficiente [para cumprir as metas de incorporação desta fonte energética].”
“As fábricas estão a produzir a dois terços da capacidade, podendo aumentar a produção. Podem entrar no mercado novos players, uma vez que é um mercado livre”.
A Galp Energia tem um projecto, em parceria com a brasileira Petrobras, para a produção de biodiesel. Contactada pela Lusa, a Galp adiantou que a parceria para o projecto da unidade de produção na refinaria de Sines, com capacidade de produção para cerca de 260 mil toneladas anuais de biodiesel, ainda está na fase de plantação da matéria-prima, no Brasil e em Moçambique.