Miguel Comporta, FIL: “Vamos organizar uma exposição ligada à água, energia, resíduos e ambiente”
A FIL está a preparar, para Março de 2012, uma exposição ligada aos temas da água, energia, resíduos e ambiente, a AcqualiveExpo, explicou o director da área de feiras da FIL ao Green Savers.
Numa entrevista exclusiva ao Green Savers, o responsável falou ainda do LxD – Lisboa Design Show, uma exposição que arrancou na terça-feira e traz, este ano, algumas novidades eco-sustentáveis.
A LxD está integrada na Intercasa Concept, feira que vai distinguir os produtos ecologicamente mais eficientes e que estão presentes no certame de design.
Finalmente, o responsável abordou ainda o design como elemento de união entre ambiente e tecnologia e a evolução da sustentabilidade nas feiras organizadas pela FIL.
A FIL e a Quercus vão distinguir os produtos ecologicamente mais eficientes do LxD – Lisboa Design Show. Como será feita esta distinção?
Os produtos seleccionados serão distinguidos numa exposição no Lisboa Design Show (LXD), com atribuição do Selo de Performance Ambiental criado para o efeito.
Já têm uma ideia de quantos produtos serão avaliados?
Recebemos cerca de 20 candidaturas e foram seleccionadas sete, que vão estar em exposição no LXD.
Como surgiu a hipótese de criar este Selo de Performance Ambiental? E como chegou a Quercus a este projecto?
Actualmente, o mercado já não é indiferente à necessidade de apresentar produtos, tecnologias e serviços mais sustentáveis, indo ao encontro da maior consciência ambiental do seu público-alvo. Assim, a AIP – Feiras, Congressos e Eventos, a par desta preocupação, estabeleceu uma parceria com a Quercus no sentido de distinguir produtos ecologicamente mais eficientes, através da criação do Selo de Performance Ambiental, dando-os desta forma a conhecer a profissionais e ao consumidor final.
Nos últimos anos, o design tem ganho um novo impulso através da sua associação ao ambiente e ecologia. Há esta noção nos produtos e serviços expostos no LxD?
O design, como processo multidisciplinar, incorpora a vertente da sustentabilidade, pelos contributos e impactos que através do design fazem a diferença nos produtos, pela consciência de responsabilidade social e ainda pelo valor que cria. Como é óbvio, o LXD reflecte esta preocupação global e as empresas sentem-se na necessidade de enfatizarem as características dos seus produtos e serviços, nomeadamente tipo de materiais que utilizam e processo produtivo. Um bom exemplo é o espaço “Remade” presente no evento.
Que outras novidades eco-sustentáveis podemos esperar deste certame?
Diríamos que as grandes novidades eco sustentáveis são os projectos expostos e as apresentações das conferências, que durante quatro dias debatem o tema do design e sustentabilidade. A Casa Ideal, como solução habitacional sustentável, é um bom exemplo de integração deste tipo de produtos e soluções.
Durante a LxD, a Caixa Geral de Depósitos vai expor equipamento urbano feito com materiais reciclados ou recicláveis. Por que razão incluíram esta exposição na vossa feira?
O grande objectivo do LXD é acarinhar e incentivar a criatividade e o design apelando sempre a uma consciência ambiental. A CGD, como banco do design, e enquadrado na sua politica de responsabilidade social e ambiental, tem vindo a apoiar o design e os designers nacionais, este ano com a criação do concurso de Design Equipamento Urbano, centrado no Eco Design. Numa conjugação de interesses e objectivos comuns, faz todo o sentido ter no Lisboa Design Show uma exposição que reflicta estes mesmos propósitos.
Que preocupações tem tido a FIL, ao longo dos anos, no que toca à sustentabilidade? Pode dar-nos alguns números, campanhas ou iniciativas que o comprovem?
A AIP – Feiras, Congressos e Eventos (AIP-FCE) tem vindo a implementar, desde 2003, um sistema integrado de gestão, com o intuito de garantir a qualidade, de satisfazer as expectativas dos clientes, assegurar o desenvolvimento sustentável e promover uma cultura organizacional saudável dentro da sua esfera de actuação.
Num compromisso com a qualidade e sustentabilidade, a AIP-FCE obteve da Associação Portuguesa de Certificação (APCER) a Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade – ISSO 9001, estando actualmente a actualizá-lo e a implementar o Sistema de Gestão Ambiental e o Sistema de Segurança e Saúde no Trabalho.
Hoje, todas as feiras realizadas na FIL têm uma componente ligada ao ambiente e sustentabilidade. Igualmente, no espaço da FIL, procedemos à separação e reciclagem dos lixos produzidos na montagem, realização e desmontagem das feiras, através de contentores instalados no Cais de Cargas e Descargas e ao longo de todo o percurso pedonal.
Na AIP – Feiras, Congressos e Eventos, a garantia de qualidade, protecção ambiental, segurança e saúde, ética e responsabilidade social, constituem uma referência estratégica nas relações com os clientes, fornecedores, colaboradores e comunidade em geral, resultando num compromisso com a qualidade e o desempenho responsável.
A FIL organiza alguma feira que tenha, como tema principal, a sustentabilidade? Fará sentido, num futuro próximo, fazê-lo? Para quando?
O tema da sustentabilidade está presente na maioria das feiras, na medida em que as empresas dos vários sectores de actividade começam a ter uma consciência ambiental que os motiva a desenvolver processos quer ao nível da produção, na reciclagem ou até nas próprias matérias-primas a utilizar nos mais diversos produtos para dar resposta a um conjunto de necessidades que se foram criando mercê desta consciencialização.
Em 2012, vamos organizar uma exposição denominada AcqualiveExpo, onde os temas da Água, Energia, Resíduos e Ambiente vão dar mote também a um congresso internacional que acontecerá em paralelo e que vai coincidir com o Dia Mundial da Agua.
Desde que está na FIL já terá organizado, calculo, centenas de feiras. Tem notado uma crescente preocupação das empresas e marcas em serem mais sustentáveis? Ou é tudo greenwash?
Como referimos anteriormente, são cada vez mais as empresas que manifestam esta preocupação real e, como tal, a maioria das nossas feiras têm vindo a desenvolver áreas temáticas subordinadas ao tema da sustentabilidade. Julgo que esta é uma preocupação genuína já enraizada na sociedade.