Estados Unidos: pobreza atinge recorde de 50 anos



O nível de pobreza da população entre os 18 e os 64 anos, nos Estados Unidos, atingiu em 2009 o número mais alto em 50 anos, de acordo com os mais recentes dados recolhidos pelo Census Bureau.

De acordo com o relatório, a pobreza nesta alargada faixa etária aumentou 1,3%, para os 12,9% – dos 39,8 para os 43,6 milhões de pessoas – o número mais alto desde 1959, ano em que o Census Bureau foi lançado. E, já agora, desde a campanha “Guerra à Pobreza”, lançada pelo então presidente Lyndon Johnson em 1964.

No total da população, a pobreza aumentou 1,1% para os 14,3%, o número mais alto desde 1994.

De acordo com o Financial Times, este aumento teve como pano de fundo o desemprego galopante – taxas de 10% – resultante da recessão económica de 2008 e 2009.

“A mensagem [que estes números passam] é que apagámos todos os avanços na [redução] da pobreza que fizemos nos anos 90”, explicou ao FT Elise Gould, do Economic Policy Institute.

O Census Bureau compara os rendimentos do agregado familiar com o custo dos bens alimentares e vestuário. Uma família de dois adultos e duas crianças define-se como “pobre” quando o seu rendimento anual é inferior a 16.200 euros.

Ainda segundo o relatório, uma das formas com a qual as famílias responderam à crise e ao desemprego foi a partilha de casa. Assim, o número de filhos adultos a viver com os pais aumentou em flecha.

“Há provas de que o número de famílias a partilhar a mesma casa subiu nos últimos dois anos”, disse David Johnson, do Census Bureau.

Por outro lado, e confrontado com estes números, o presidente norte-americano Barack Obama revelou que, mesmo antes da recessão, o rendimento da classe média já tinha “estagnado” e que o “número de pobres na América era inaceitavelmente alto”.

“Os números mostram que o nosso trabalho ainda está a começar”, concluiu Obama.

O rendimento médio dos agregados familiares também desceu, mas menos – 0,7%, para os 37.200 euros – enquanto o número de norte-americanos sem seguro de saúde cresceu para os 50,7 milhões – 16,7% da população. Números, sem dúvida, muito preocupantes.





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