Associações ambientalistas preocupadas com o futuro da natureza em Portugal
Celebra-se hoje, dia 28 de Julho, o dia Nacional da Conservação da Natureza, criado como homenagem à Liga para a Protecção da Natureza, em 1948.
Embora seja um dia de comemoração, é também uma oportunidade para um balanço do que se tem feito em Portugal no capitulo das politicas públicas na área da conversação da natureza.
E para a Zero e o Fapas, duas associações ambientalistas portuguesas, o futuro é sombrio. Causas para isto? Um litoral devassado por investimentos imobiliários, com zonas húmidas pressionadas, rios poluídos e interrompidos por milhares de açudes e barragens, solos degradados por práticas agrícolas desastrosas, espaços florestais cada vez mais ocupados por monoculturas de eucaliptos e um meio marinho empobrecido pela pesca destrutiva e descontrolada.
As associações apontam o dedo a uma administração que elabora planos e projectos que não estão interligados, e dão alguns exemplos gritantes desta falta de comunicação: o ordenamento florestal sem ligação aos planos de gestão das regiões hidrográficas, ou a descoordenação total na aplicação das medidas agroambientais do Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020.
Mesmo num período de dificuldades financeiras como o que atravessamos, é importante assegurar que as futuras verbas de Fundos Europeus Estruturais e de Investimento são utilizadas na preservação da biodiversidade e dos ecossistemas e na sustentabilidade do território.
A Zero e o Fapas deixam algumas ideias para esses investimentos: restauro de ecossistemas costeiros; reabilitação de zonas húmidas, recuperação dos habitats florestais, regulação da pesca e fim da sobrepesca.
Além deste necessário reajustar de políticas públicas ambientais, no dia Nacional da Conservação da Natureza importa também enaltecer os bons projectos de protecção do meio ambiente, como é o caso do Parque Natural da Arrábida, a comemorar 40 anos em 2016.
Foto: Zero