Arte com livros: alterados, esculpidos, transformados



Agendas telefónicas, manuais de informática, livros sem utilidade… transformados em peças hipnotizantes e belas. Esta é a proposta da artista e fotógrafa Cara Barer que vive e trabalha em Houston, Estados Unidos.

Na verdade, o que faz Cara Barer é transformar livros em arte, esculpindo-os, tingindo-os e, em seguida, através da fotografia, apresentando-os de novo como foco de beleza. A obra da artista leva-nos a pensar que os livros, objectos físicos e repositórios de informação, estão a ser substituídos por documentos digitais. “Através da minha arte, documento isso e levanto questões sobre a natureza frágil e efêmera dos livros e o seu futuro”, explica a artista no seu site.

Cara Barer chega a algumas das suas imagens por acaso e a outras através da experimentação. Está sempre à procura de livros e de outras formas de recriá-los. “Percebi que tinha muitos livros que já não eram úteis para mim. O que faria ao ‘Manual Windows 95’?”, pergunta a artista, acutilante. “Numa casa abandonada encontrei um conjunto de livros de referência, mas totalmente ultrapassados, cobertos de mofo e negligência. Cada livro diz-me como começar a obra artística de acordo com o seu tamanho, tipo de papel e, por vezes, conteúdo”.

Esta transformação e documentação fotográfica levou Cara Barer a partilhar pensamentos sobre obsolescência e a relevância das bibliotecas neste século. “Meio século atrás, os estudantes faziam pesquisas nas enciclopédias da família ou iam às bibliotecas buscar informação. Hoje, com computadores, tablets ou smartphones, um estudante tem a capacidade de acumular conhecimentos e completar um trabalho de pesquisa, sem nunca chegar perto de uma biblioteca. Não se imaginam sem tecnologia, mas temem a perda do belo registo de livros comuns ao longo dos últimos dois séculos”, remata Cara Barer.

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