Ambientalistas estão contra o projecto de exploração mineira no Rio Manzanas



Após participação na consulta pública, a Quercus é da opinião que não se deve avançar com a implementação do projecto mineiro para exploração de quartzo em Trabazos, Zamora, em Espanha, emitindo assim o seu parecer desfavorável.

A aldeia de Quintanilha, situada a aproximadamente 200/500 m do local da exploração, é problemática pois será afectada por poluição causada pelas poeiras da exploração e pelos fumos das maquinarias e veículos utilizados. Existe também forte probabilidade de Quintanilha ser afectada por forte poluição sonora provocada pela actividade mineira e pela circulação de veículos.

Além deste impacto, a associação ambientalista lembra que o volume de escavações com influência no regime hídrico, e a mais que provável contaminação dos cursos de água com poeiras, óleos e combustíveis são incompatíveis com a proximidade do Sítio de Importância Comunitária (SIC) e Zona de Protecção Especial (ZPE) “Montesinho/Nogueira” (PTCON0002 e PTZPE0003) e com a do SIC e ZPE “Rios Sabor e Maçãs” (PTCON0021 e PTZPE0003), uma vez que terão impactos negativos sobre estas áreas da Rede Natura 2000.

Os SIC e ZPE referidos são dos mais importantes a nível europeu ao nível da conservação da Natureza e pela presença de espécies e habitats referidos nos respectivos “Planos Sectoriais da Rede Natura 2000”. A Quercus acredita assim que o projecto terá impactos negativos em algumas das espécies e habitats que aqui ocorrem.

Em comunicado a Quercus cita o texto do “Plano Sectorial da Rede Natura 2000” o Sítio de Importância Comunitária (SIC) “Rios Sabor e Maçãs”, para justificar a sua objecção a este projecto.

“A extensão do sítio aliada a uma orientação predominante de norte – sul, concede-lhe um papel vital como corredor ecológico na região de Trás-os-Montes constituindo efectivamente o maior e mais bem preservado contínuo de ecossistemas ribeirinhos do país.(…) Também no que se refere ao lobo-ibérico este sítio é extremamente importante para a sua conservação, uma vez que é utilizado por diversas alcateias do núcleo populacional que ocorre no distrito de Bragança, o maior a nível nacional, constituindo, nesta região o principal corredor ecológico em relação ao Sul. A boa qualidade das águas, o bom estado de conservação das margens das linhas de água, bem como a existência de um continuum ecológico preservado, tornam este sítio muito importante para a conservação da fauna associada ao meio aquáticos.”

A Quercus reforça que a exploração mineira projectada é demasiado próxima do rio Maçãs (25 / 250 m). Este rio, que é de extrema importância ecológica sofrerá alterações significativas nas características físicas e químicas das suas águas principalmente com alterações ao nível das partículas sólidas em suspensão e da turbidez da água. Para a Quercus, estes impactos são “inadmissíveis face à importância ecológica que este rio assume no âmbito das áreas classificadas da Rede Natura 2000.”

O projecto terá também impactos negativos nas actividades de recreio e turismo de natureza, que são um motor da economia de ambos os lados da fronteira, com afectação da paisagem, das praias fluviais e parques de merendas existentes.

Foto: via Creative Commons 





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