Brasil foi o que mais cresceu, em energia eólica, em 2011. Portugal continua no top 10.



O Brasil apresentou a maior taxa de crescimento na produção de energia eólica em 2011 – 63% – de acordo com dados do GWEC (Conselho Global de Energia Eólica), publicados na semana passada. Com este registo, o Brasil entra no top 20 dos maiores produtores de energia eólica do mundo, uma lista que continua a ser liderada pela China, com um total de 62 mil MW em parques eólicos – e um crescimento de 47% em 2011.

De acordo com a GWEC, a produção de energia eólica continua a subir globalmente a um bom ritmo, apesar da crise económica. A grande diferença é que o crescimento, antes puxado pela França, é agora conduzido sobretudo pelos países emergentes da Ásia e América Latina.

Para além da China, o Brasil subiu dos 927 MW para os 1.509 MW em 2011, praticamente metade da energia eólica instalada da América Latina.

Segundo o estudo, o sector da energia eólica instalou 41 mil MW de energia limpa e confiável em 2011, elevando a capacidade total instalada globalmente para os 238 mil MW – um aumento de 21%. A energia eólica representa 6% do mercado global de energia, sendo que há hoje 80 países com instalações de eólicas – e 22% destes já passaram dos 1 GW.

“Apesar do estado actual da economia global, a energia eólica continua a ser a tecnologia de geração de energia renovável mais escolhida”, explicou Steve Sawyer, secretário geral da GWEC. “2011 foi um ano difícil, e 2012 não será diferente, mas as bases do setor permanecerão sólidas em longo prazo. Há dois anos seguidos que a maioria das novas instalações estão a ser feitas fora do OCDE – e os novos mercados na América Latina, África e Ásia estão a impulsionar o crescimento do sector.”

Para além de China e Brasil, destaque ainda para a Índia. No BRIC, as  instalações de 2011 elevaram a capacidade total do país para um pouco mais de 16 mil MW. “A Índia alcançou outro marco acrescentando mais de 3 mil MW de energia eólica instalados em 2011. Este número possivelmente chegará a 5 mil MW por ano até 2015”, disse Sawyer.

No Brasil, este crescimento deve-se, principalmente, ao Proinfa, programa federal de incentivo às fontes renováveis de energia, que se iniciou em 2004 e finalmente cumpriu sua meta de instalação de parques eólicos. No entanto, o grande boom de eólica ainda está por vir; entre 2009 e 2011, o custo da geração eólica no Brasil caiu vertiginosamente – hoje é o mais baixo no mundo – e leilões contrataram mais de 7 mil MW da fonte, o que deve posicionar o país entre os dez maiores geradores até 2015.

Leia o relatório na íntegra (em inglês).

Portugal continua no top 10: é o décimo maior produtor de energia eólica, com 4.083 MW e 1,7% de quota de mercado global.

Veja o ranking (top 10).

China: 62 MW – 26,3%

Estados Unidos: 46 MW – 18,7%

Alemanha: 29 MW – 12,2%

Espanha: 21 MW – 9,1%

Índia: 16 MW – 6,7%

França: 6,8 MW – 2,9%

Itália: 6,7 MW – 2,8%

Reino Unido: 6,5 – 2,7%

Canadá: 5,2 MW – 2,2%

Portugal: 4 MW – 1,7%

Resto do Mundo: 32 MW – 13,6%





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