Dez animais que a ciência só descobriu agora



Durante milhares de milhões de anos de evolução já passaram pelo planeta Terra muitas espécies animais que assim como apareceram, se extinguiram. Os diferentes estágios da evolução estrutural do planeta fizeram uma selecção natural que resultou na fauna que hoje conhecemos, ou… que pensamos conhecer.

O sistema moderno de classificação das espécies animais, que usa a gramática latina e coloca o género de um animal e depois a espécie a que pertence no seu nome formal, estabelecido a partir do século XVIII, foi fundamental para sistematizarmos e guardarmos o conhecimento sobre a fauna terrestre. Mas hoje a tecnologia permite chegar mais longe e não só identificar, mas descobrir novas espécies.

Os dez animais que apresentamos a seguir só foram descobertos há poucos anos, mas viveram muito tempo incógnitos neste planeta, provando que o nosso mundo continua a ser uma fonte inesgotável de surpresas.

1- Pheidole Viserion e Pheidole Drogon, as formigas de Game of Thrones

As formigas, com mais de 12.000 espécies individuais, estão presentes em todos os continentes, excepto na Antárctida. Na verdade, estes pequenos seres compõem uma parte impressionante da biomassa da Terra, por isso não é surpresa que duas novas espécies de formigas não fossem conhecidas pelos pesquisadores até este ano. Essas novas espécies, a Pheidole Viserion (à esquerda) Pheidole Drogon (à direita) são membros do género Pheidole, que pode ser encontrado em todo o planeta. No entanto, enquanto as banais Pheidole são conhecidas por terem cabeças relativamente grandes, as Viserion e as Drogon também apresentam espinhos impressionantes nas costas (os pesquisadores associaram esses espinhos aos encontrados nos dragões da popular série de TV Game of Thrones). Estas formigas foram observadas na Nova Guiné.

2– Eulophophyllum Kirki, a beleza em rosa

No Bornéu os cientistas encontraram por acidente o Eulophophyllum kirki. Esta espécie, da família Tettigoniidae (insectos conhecidos como esperanças) distingue-se das já conhecidas pela tonalidade rosada das suas fêmeas. Esta fêmea do E. Kirki foi descoberta numa reserva natural da Malásia e ficou baptizada com o nome do fotógrafo que a fotografou, Peter Kirk.

3- Eriovixia Gryffindori, a aranha ‘Chapéu Seletor’

A recém-descoberta Eriovixia gryffindori, uma aranha encontrada no estado de Karnataka, no sudoeste da Índia, tornou-se imediatamente popular, sobretudo junto dos fãs de Harry Potter, pois o seu formato assemelha-se ao do Chapéu Seletor, um elemento importante dos livros e filmes da saga. A própria autora J.K. Rowling fez questão de twittar os seus parabéns aos pesquisadores após a descoberta.

Esta aranha é parte do género Eriovixia, parte da família Araneidae, conhecidas por construir teias em formato espiral e circular. A E. gryffindori mede apenas 7 milímetros, o que ajuda a explicar como conseguiu passar desconhecida durante tanto tempo. A aranha é nocturna, e uma mestre da camuflagem, pois mistura-se na perfeição com folhagem morta para evitar predadores.

4- O bizarro Illacme Tobini

O Illacme Tobini, é uma espécie que foi descoberta nos Estados Unidos, no Parque Nacional Sequoia da Califórnia. É dotado de quatro pénis, que se dobram e funcionam também como pernas. Não que tenha poucas: na verdade possui 414 pernas. O I. Tobini também possui 200 glândulas venenosas, excretando uma substância nova que ainda não foi descrita na pesquisa científica. A única coisa que esta criatura não tem em abundância são os olhos: é completamente cega.

5- Potamotrygon Rex, a arraia rei

A Potamotrygon rex foi descoberta no rio Tocantins, no norte do Brasil. O rio Tocantins, grande repositório de vida exótica, pois 35% das espécies de peixes encontradas no rio não existem em qualquer outro lugar do planeta. A P. rex é uma impressionante arraia de 1,1 metros de comprimento e pode pesar mais de 20 kg. Ela é colorida com tons castanho-escuros, manchados por círculos impressionantes de amarelo e laranja.

6- Gracilimus Radix, um novo mamífero

O Gracilimus radix, uma nova espécie de rato, foi encontrado na ilha Sulawesi, na Indonésia. Este rato mede 30 centímetros, pesa aproximadamente 40 gramas, e ostenta uns vistosos bigodes.

7- Inia Araguaiaensis, o novo golfinho da Amazónia

Os golfinhos de rio são animais raros, o que torna a descoberta do Inia araguaiaensis ainda mais surpreendente. Ele marca a primeira documentação nova de uma espécie de golfinho de rio no espaço de um século. Três das quatro espécies mundiais de golfinhos são listadas como ameaçadas, o que destaca a necessidade de proteger o I. araguaiaensis. Este novo golfinho foi encontrado na bacia do rio Araguaia, e testes fisiológicos e genéticos completos determinaram que é uma espécie diferente dos outros golfinhos conhecidos. A magnitude da variação genética observada em laboratório sugere que ele divergiu de um antepassado comum aproximadamente há dois milhões de anos.

8- A assustadora Scolopendra Cataracta

A Scolopendra Cataracta, um centípede muito estranho, foi descoberta no Sudeste Asiático. Podendo caçar tanto no mar como em terra, este animal pode atingir quase 20 centímetros de comprimento. Carnívoros, os centípedes são venenosos, e quanto maiores são, mais dolorosa é a sua picada. Quem o descobriu acredita tratar-se de um animal nocturno, que caça preferencialmente debaixo da água.

9- Plenaster Craigi, uma nova descoberta nas profundezas.

Duas expedições para as profundezas do Pacífico, em 2013 e 2015, levaram à descoberta de P. craigi. Ela foi encontrada na Zona Clarion-Clipperton, uma faixa do Pacífico que vai do Hawai ao México. As esponjas são animais pequenos, mas encontram-se por todo o planeta. Esta P. craigi não é apenas uma nova espécie, mas corresponde a um novo género.

10– Myotis Attenboroughi, uma nova velha espécie

M. attenbouroughi é uma espécie de morcego que foi encontrada na ilha de Tobago – o seu nome foi atribuído em homenagem ao naturalista britânico David Attenborough. Depois de examinaram os registos de 377 espécimes de morcegos do Caribe, cientistas detectaram há pouco tempo uma diferenciação fisiológica e genética suficientemente expressiva neste morcego para se poder dizer que é o representante de uma nova espécie. Desta forma, não sendo uma descoberta recente, o Attenboroughi só agora revelou à comunidade científica a sua verdadeira identidade: é, afinal e sem qualquer dúvida, de uma espécie nova, até agora por classificar.

Fotos: via Creative Commons

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