O outro lado da ciência: espécies extintas que os cientistas estão a tentar ressuscitar
Se pensa que animais como o mamute, a moa ou o dodó estão extintos para sempre desengane-se. Embora actualmente seja um dado adquirido de que estas espécies não voltaram a pisar a Terra, no futuro a realidade não é tão certa. Por todo o mundo várias equipas de cientistas estão a tentar ressuscitar estes animais.
Para tentar fazer renascer estas espécies extintas, os cientistas recorrem a técnicas como a clonagem, a partir de fragmentos de ADN preservados das espécies desaparecidas, e utilizando a espécie mais semelhante viva como barriga de aluguer; ou através da reprodução selectiva, escolhendo os espécimes vivos que mais se assemelham às espécies extintas e incentivando o desenvolvimento de características dos animais desaparecidos, escreve o Dodo.
Ambos os métodos são controversos, além de o próprio facto de ressuscitar espécies desaparecidas colocar bastantes questões éticas e biológicas. Contudo, é consensual de que os esforços e tempo despendido na tentativa de ressuscitar espécies extintas foram ser utilizados para melhor preservar as espécies actuais.
Conheça quatro das espécies que os cientistas estão a tentar ressuscitar.
Moa
Existiram nove subespécies de moa – uma ave que não conseguia voar – variando entre os 1,20 metros e os 3,6 metros de altura. O animal extinguiu-se por volta de 1440 e é um dos principais candidatos a ser ressuscitado pois existem bastantes amostras do seu código genético e existem animais vivos com ADN semelhante à moa. O Governo da Nova Zelândia pensa que poderá ser possível ressuscitar a moa dentro de 50 anos.
Mamute-lanudo
Talvez o animal extinto mais famoso – a par dos dinossauros. O mamute-lanudo extinguiu-se há cerca de 4.000 anos e é também um forte candidato a ser reavivado. Ao contrário da moa, existem menos amostras de ADN disponível, mas o facto de um embrião de mamute poder ser gerado por um elefante-fêmea é uma possibilidade aliciante. Porém, há vários obstáculos à ressurreição da espécie. O planeta já não tem um clima adaptado para esta espécie, que prosperou durante a última Idade do Gelo. E também não existe habitat suficiente. Se os elefantes sofrem já com a perda de habitat, os mamutes iriam sentir de igual forma as dificuldades sentidas pelos paquidermes vivos.
Íbex-dos-pirinéus
É uma subespécie do ibex-ibérico extinta – e uma das últimas extinções do reino animal. Em 2000 ainda era possível encontrar este animal, até que a última fêmea se extinguiu. Não se sabem ainda as causas que levaram a uma redução drástica da população destes animais, que culminou na sua extinção. Teoriza-se que a competição por alimento, doenças e caça tenham contribuído para o declínio do íbex. A espécie conseguiu ser mesmo ressuscitada em 2009, mas a cria de íbex-dos-pirinéus que nasceu, através de outra subespécie de íbex, morreu poucos minutos depois do nascimento devido a problemas congénitos nos pulmões.
Dodó
É dos animais extintos mais intrigantes e mais populares. O dodó era um animal que vivia isolado, sem tendência a se misturar com outras espécies. Porém, o animal não tinha qualquer tipo de medo dos humanos e era bastante sociável. O dodó era uma ave endémica das Ilhas Maurícias, perto de Madagáscar, que não voava. Tal facto tornava-o numa presa fácil para humanos, e os primeiros navegadores a chegarem a estas paragens caçaram abundantemente a ave. Além disso, os humanos introduziram animais como o rato e o porco no habitat do dodó, que comiam os seus ovos. O último dodó foi avistado em 1662. O parente mais próximo desta ave é o solitário-de-rodrigues, que também está extinto. Isto faz do pombo-de-nicobar, o parente genético actual mais próximo do dodó.
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