Pele e osso: há animais a morrer à fome numa quinta do Seixal
A denuncia foi tornada pública nos últimos dias pelo PAN – Pessoas-Animais-Natureza: há animais a morrer à fome numa propriedade privada no Seixal. Mais de uma centena de animais está num avançado estado de subnutrição, num caso que está a despertar revolta nas redes sociais.
O caso não é novidade para as autoridades responsáveis, já que em 2016 tanto a GNR como a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) haviam autuado o proprietário destes terrenos, na sequência de denúncias de maus-tratos animais.
Em comunicado, o PAN mostra preocupação com o caso lembrando que as autoridades tinham conhecimento desta situação há mais de dois anos, mas nada fizeram. “Em 2016, a DGAV enviou um ofício notificando o proprietário dos animais em infracção para regularizar as várias contra-ordenações graves que haviam sido detectadas e a determinar o sequestro dos animais no local onde se encontravam. Dois anos depois a situação mantém-se igual ou pior do que estava em 2016, havendo animais a morrer à fome e um total desinteresse por parte da DAGV após oficiar o proprietário que, até ao dia de hoje, se mantém impune e os animais em sofrimento”, pode ler-se numa nota enviada pelo PAN.
Uma impunidade que levou já o partido, pela voz do seu responsável André Silva, a pedir a intervenção urgente do ministério da Agricultura. O deputado defende que é da máxima urgência encontrar uma solução para estes animais, evitando-se assim que os animais sejam de novo “entregues ao proprietário enquanto fiel depositário, ou seja, a quem maltrata”.
Em declarações à TSF, André Silva alerta que é necessária uma revisão da legislação em vigor, já que neste momento “no ordenamento jurídico português, deixar cavalos a morrer fome não constitui um crime, se for um cão ou um gato, sim”.
Denúncias partilhadas nos últimos dias nas redes sociais dão conta de vários animais, como cavalos, porcos, póneis, vacas, avestruzes e lamas, em risco iminente nesta propriedade do Seixal. A falta de alimento, mas também a falta de cuidados médicos-veterinários conferem a maioria das denúncias.
Foto: IRA – Intervenção e Resgate Animal