Investimento Empresarial e o Crescimento da Economia Portuguesa em debate na UC
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai participar na conferência “Investimento Empresarial e o Crescimento da Economia Portuguesa”, que se realiza na próxima sexta-feira, dia 20 de abril, às 14h30m, no auditório da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC).
Com o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian, esta conferência surge no contexto da conclusão de um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores das universidades de Coimbra (UC) e do Minho (UM).
O investimento constitui variável crucial no processo de crescimento e desenvolvimento de Portugal, e a análise dos fatores que o influenciam é tema de grande interesse e atualidade. Nesse sentido, personalidades de relevo da vida académica, política e empresarial vão comentar e discutir nesta conferência os fatores indutores do investimento em Portugal, como sejam a qualidade dos recursos humanos, o financiamento empresarial, a fiscalidade e outros.
Segundo os autores do estudo, que será apresentado durante a conferência, «o investimento em Portugal iniciou uma trajetória negativa logo à entrada nos anos 2000. Nos últimos anos, a taxa de investimento tem estado entre as mais baixas da Área do Euro e em valores mínimos das últimas décadas. Estes factos ilustram a dimensão estrutural dos fatores que influenciam o desempenho da economia portuguesa e do investimento.»
«Na origem da longa estagnação da economia portuguesa estão as políticas públicas e as opções de atribuição de crédito pelo sistema financeiro que direcionaram os recursos da economia para setores não transacionáveis, com reduzido potencial de crescimento. A insistência num modelo de desenvolvimento que tinha sinais evidentes de esgotamento pode ficar na história como um erro estratégico de grandes proporções», afirmam.
Os investigadores defendem que «aumentar o produto potencial da economia e retomar o processo de convergência para os níveis de rendimento dos países mais ricos implica dirigir os recursos (hoje mais escassos) para os setores transacionáveis com maior potencial de crescimento da produtividade.»
Os resultados do estudo indicam ainda que, «apesar da melhoria na condição financeira das empresas nos últimos anos, o elevado endividamento constitui um entrave à realização de investimento. No entanto, os nossos resultados sugerem igualmente que a dimensão do fenómeno das empresas zombie – empresas que não conseguem cumprir as suas obrigações financeiras, mas que se mantêm vivas com o apoio dos bancos – afeta uma parte muito significativa das empresas, reforçando a ideia de que o setor financeiro teve e tem um problema na afetação do crédito. Esse problema reflete-se no baixo crescimento da economia portuguesa.»
O estudo está disponível: aqui