WLTP: novo standard de consumo automóvel pode significar aumento de preços
A partir de setembro, a Europa irá começar a implementar a primeira fase de um novo sistema para medir o consumo dos veículos, o que poderá resultar no aumento dos preços para o consumidor final.
De uma forma simples, a razão deste aumento de preços prende-se com o facto de este novo sistema de medição de consumo de combustível ser mais realista e refletir melhor os consumos reais dos automóveis em estrada. Como consequência, e dado que os carros movidos a gasolina e gasóleo pagam um imposto indexado à poluição que produzem, a grande maioria dos carros irá passar a “poluir mais” a partir de setembro.
Claro que, na realidade, já poluíam, mas esta poluição estava escondida debaixo do atual sistema de testes NEDC (New European Driving Cycle), que não reflete condições realistas de condução.
O que muda?
A partir de setembro, a Europa começa a transição para o Worldwide Harmonized Light Vehicle Test Procedure (WLTP). Nesta primeira fase de transição, os fabricantes são obrigados a disponibilizar consumos preliminares para os veículos que estão no mercado. A partir de 2020, o WLTP passa a ser o standard que todos os fabricantes terão de usar para informar os consumidores sobre os consumos dos veículos.
O NEDC era a razão por que o mesmo carro elétrico tinha uma autonomia aparentemente maior na Europa que nos EUA – país que usa o EPA, um sistema mais realista de medição de autonomia. Tome-se como exemplo o Nissan Leaf de 2018. Na Europa, com o NEDC, este carro tem uma autonomia estimada em 378 quilómetros. Nos EUA, com o EPA, a autonomia é de 243km. Com o WLTP a autonomia estimada é de 270km. De notar que, no seu site português, a própria Nissan já só refere a autonomia deste veículo segundo o novo standard.
Com o novo standard WLTP, os testes para medir a autonomia incluem troços de estrada mais longos e velocidades mais altas, para refletir formas mais realistas de condução. Por outro lado, os testes vão passar a incluir condução em estrada real e usar equipamento móvel para medir a emissão de gases, de modo a prevenir escândalos futuros como os da Volkswagen – onde os carros detetavam estar imóveis, numa oficina de testes, e ligavam um modo especial para testes em que poluíam muito menos do que, na realidade, poluem.
Conclusões
Se é verdade que há uma boa probabilidade de os veículos movidos a combustíveis fosseis virem a ficar mais caros a partir de setembro, também é verdade que os consumidores vão passar a ter uma visão mais realista do que os carros consomem na realidade. Assim, poderão fazer escolhas mais conscientes e informadas do que consomem os carros realmente. E, a verdade, é que todos nós temos de fazer a nossa parte enquanto consumidores e ter noção de que o CO2 que emitimos para a atmosfera tem consequências nefastas para todos e para a vida tal como a conhecemos.