90% das amostras de água contaminadas com medicamentos
Em comunicado, a associação ZERO revela que em 2017 os portugueses entregaram para reciclagem apenas 17% das embalagens e restos de medicamentos.
A ZERO analisou os dados disponibilizados pela VALORMED, que tem a responsabilidade da gestão dos resíduos de embalagens vazias e medicamentos fora de uso, relativos ao ano de 2017, e concluiu que, apesar de se registar um aumento de 8% nos resíduos recolhidos, a maior parte dos portugueses não está a encaminhar corretamente os resíduos das embalagens e restos de medicamentos adquiridos.
Por outro lado, a ZERO teme que esteja a ocorrer uma alarmante deposição de restos de medicamentos nas redes de drenagem das águas residuais, face aos resultados de estudos recentes, como o realizado recentemente pelo Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE — Universidade de Lisboa), no âmbito do projeto Biopharma. Estes estudos mostram a presença de resíduos de antibióticos, anti-hipertensivos e anti-inflamatórios em mais de 90% das amostras de água recolhidas no estuário do Tejo,
Números aquém das metas para 2020
A taxa de recolha das embalagens situa-se muito abaixo dos 20% previstos para 2020. Assim, a ZERO considera que é necessário repensar o Sistema de Gestão de Resíduos de Embalagens e Medicamentos, incluindo a possibilidade de se definir uma tara retornável aplicada às embalagens suficientemente ou a criação de uma campanha com incentivos monetários em 2019.
Por outro lado, a associação considera que a monitorização dos meios hídricos deve ser apoiada pela VALORMED de modo a que se envidem todos os esforços para apoiar estudos que visem conhecer a realidade atualmente existente nos nossos recursos hídricos.