Dia Nacional da Água: 38% das ETAR opera de forma ilegal em Portugal



A ZERO fez um ponto de situação relativo à qualidade das águas que bebemos, das águas que rejeitamos, das águas dos rios e albufeiras, das águas onde tomamos banho na época balnear e nas águas dos aquíferos. As conclusões são positivas em algumas áreas, e mais negativas noutras.

A água que bebemos bem como as águas balneares têm sinal verde da associação. Segundo dados da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) referentes ao ano de 2017, 99% da água que chega às torneiras dos portugueses é controlada e de boa qualidade (água segura), uma grande evolução já que em 1993 este indicador se cifrava apenas nos 50%. No entanto, subsistem problemas ao nível da eficiência, já que a percentagem de água não faturada (utilização ilegal, as perdas reais, por roturas ou por mau uso, bem como as ofertas deste recurso natural a entidades ou a cidadãos sem qualquer registo ou transparência) continua a situar-se nos 30% do total captado, estimando-se as perdas reais nos 180 milhões de metros cúbicos anuais.

Quanto às águas balneares, Portugal tem 608 zonas balneares das quais 480 são costeiras ou de transição e 128 interiores. Houve também uma melhoria entre 2017 e 2018, com mais 36 praias de qualidade excelente, 46 boas, 8 aceitáveis e 5 más, sendo as restantes novas ou ainda não classificadas.

 

Alertas amarelos e vermelhos
A qualidade das águas dos rios e albufeiras é intermitente. Embora os dados desta área não sejam atualizados desde 2013 devido às deficiências que persistem ao nível da monitorização da qualidade das águas superficiais, tudo indica que a situação se tenha mantido estável no conjunto do território continental, com exceção da bacia hidrográfica do Tejo onde houve uma inequívoca degradação da qualidade da água devido à concentração de oxigénio abaixo do limite aconselhado.

No que toca ao tratamento das águas residuais urbanas, e apesar dos avanços registados nos últimos anos, os progressos não foram tão significativos quanto seria desejável. Um indicador que evidencia esta situação é que no ano de 2016, e de acordo com dados da ERSAR, apenas 58% da água que foi recolhida foi efetivamente tratada em sistemas de tratamento, muito longe dos números que Ministério do Ambiente apresenta publicamente e que se situam na casa dos 83%.

A ZERO diz que um outro dado que causa perplexidade, e também de acordo com dados da ERSAR, tem a ver com o funcionamento dos equipamentos à margem da lei: 38% das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) existentes em 2016 não tinha uma licença de descarga válida, estando efetivamente a operar de forma ilegal.





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