Pirilampos estão a desaparecer (e a culpa é nossa)
Uma equipa de investigadores coordenada pela Universidade norte-americana de Tufts e pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) alertou que são várias as ameaças que empurram os pirilampos para a extinção. Segundo o estudo, publicado na revista científica BioScience, a perda de habitat foi identificada, globalmente, como a maior ameaça à existência dos pirilampos. São muito sensíveis à poluição luminosa (áreas onde a presença da luz artificial não é útil e ultrapassa os níveis de intensidade adequados) e às alterações da vegetação ou temperatura, sendo dos primeiros seres vivos a desaparecer se o seu habitat for comprometido.
Com a construção de aglomerados urbanos e a expansão de terrenos agrícolas, os pirilampos perderam áreas naturais de reprodução. Os pesticidas utilizados na proteção das culturas humanas, contribuíram igualmente para aniquilar as populações de animais que fazem parte da sua alimentação natural.
Apesar de estarem identificadas mais de duas mil espécies de pirilampos em todo o mundo, e de terem, entre elas, características bastante distintas, a verdade é que a generalidade dos habitats em que proliferam – pântanos, mangais, parques, florestas, campos agrícolas ou pastagens – tem sofrido uma diminuição.
Os pirilampos, de seu nome científico “Lampyris” ou lanterna em latim, são corriqueiramente conhecidos como vaga-lumes. Existem duas mil espécies de pirilampos em todo o mundo, sendo que 65 se encontram na Europa e 11 vivem entre Portugal e Espanha.
Os machos, em média, medem 1 a 1,5 centímetros de comprimento; as fêmeas, que raramente voam, podem atingir os 2 centímetros. Tantos os pirilampos adultos com as larvas possuem dois pontos luminosos sob as faces ventral e dorsal do último segmento do corpo. A bioluminescência é um fenómeno que se traduz pela emissão de luz visível aos nossos olhos, por parte de um organismo vivo. Esta característica deve-se a um processo biológico complexo em que participam várias substâncias. A química explica que resulta energia sob a forma de luz em 90% e, calor, em 10%.
A luz dos pirilampos é fria e altamente eficiente. Serve de defesa em relação a predadores, ou como sinal de perturbação, associando-se também a rituais de acasalamento.