ICNB aprovou e vetou parque eólico do Cercal. Confuso? Leia esta notícia.



O Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) emitiu um parecer favorável condicionado à construção do parque eólico do Cercal, dentro da Paisagem Protegida da Serra de Montejunto (ver foto). Mas o mesmo instituto, de acordo com o jornal Público, deu nota negativa ao projecto enquanto membro da comissão directiva daquela área protegida.

Confuso? A directora do departamento de comunicação do ICNB, Anabela Isidoro, explica. O parecer do instituto, enquanto entidade com competências na área da conservação da natureza, refere-se “estritamente” ao impacto ecológico do projecto. A este nível, o ICNB concluiu que o projecto não acarreta riscos “muito significativos”.

Porém, e enquanto membro da Comissão Directiva da Paisagem Protegida da Serra de Montejunto (PPSM), o instituto analisa apenas os impactos do parque “sobre a paisagem, a geologia e geomorfologia, o património cultural e a socioeconomia”. Nesta condição, o vogal do instituto naquele órgão pronunciou-se negativamente, tal como os representantes das Câmaras do Cadaval e de Alenquer.

Cem por cento contra o projecto está a Quercus, que considera que este pode pôr em risco, entre outros recursos naturais, um sítio de importância nacional para morcegos.

O projecto está a ser lançado pela Parque Eólico do Planalto, empresa da Ventinveste (detida em 49% pela Galp Energia), e prevê um investimento de €45 milhões (R$ 109 milhões) na instalação de 17 aerogeradores de 2050kw e respectivos acessos, assim como uma linha eléctrica de 60kv.

O parque está projectado para uma área de 636 hectares em plena PPSM e num Sítio de Importância Comunitária da Rede Natura 2000, no concelho do Cadaval, distrito de Lisboa.

Foto retirada daqui.





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