Quinto estado da matéria criado na Estação Espacial Internacional
O quinto estado da matéria foi criado no espaço, com cientistas a conseguirem produzir condensados de Bose-Einstein a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) na experiência chamada Cold Atom Lab.
Um condensado de Bose-Einstein é um estado da matéria que se forma quando um grupo de átomos se agrupa sendo arrefecido a uma temperatura de zero absoluto (-459,67 F). Neste estado, os átomos têm propriedades quânticas e oferecem uma visão da mecânica quântica. Produzi-los e estudá-los na Terra, no entanto, é difícil por causa da gravidade.
Perto da temperatura do zero absoluto, os átomos tornam-se uma única entidade com propriedades quânticas. Os condensados de Bose-Einstein ultrapassam a fronteira entre o mundo microscópico, governado pela mecânica quântica, e o mundo macroscópico, governado pela física clássica.
Este estado da matéria pode oferecer informações fundamentais sobre a mecânica quântica, mas medir com precisão é muito difícil devido à gravidade. Esta força interrompe os campos magnéticos necessários para mantê-los bum estado estável para estudar. No espaço, com menos gravidade, é muito menos problemático.
“Isto é algo que eu tenho tentado fazer há cerca de 23 anos”, disse Robert Thompson, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, à Newsweek.
Thompson é um dos autores de um estudo publicado na Nature que descreve as experiências na ISS. O Cold Atom Lab utiliza vários estágios de arrefecimento para produzir os condensados de Bose-Einstein. Os lasers são usados para arrefecer átomos da temperatura ambiente até um milionésimo de grau acima do zero absoluto. A partir daqui, os átomos são transferidos para uma armadilha magnética, onde os mais quentes são retirados. A armadilha é então expandida, que arrefece ainda mais os átomos.
Após gerar os condensados de Bose-Einstein, os cientistas puderam comparar como se comportam na microgravidade e como isso se compara aos produzidos na Terra. Os resultados mostraram que os condensados Bose-Einstein na ISS podem ser observados por mais de um segundo. Na Terra, duram apenas dezenas de milissegundos.
Ao serem capazes de observá-los por mais tempo, os cientistas poderão fazer melhores medições. Isto ajudará com o estudo de gases atómicos ultra frios, bem como a nossa compreensão da física fundamental.