Ondas de calor são mais frequentes e com maior intensidade, afirmam cientistas
A frequência das ondas de calor e a sua intensidade aumentaram desde a década de 50, constatou um novo estudo.
As ondas de calor aumentaram em extensão e frequência em quase todo o globo nas últimas décadas, de acordo com o que é descrito como o primeiro estudo a analisar o problema a nível regional, avança o jornal The Guardian.
O estudo constatou que a escalada das ondas de calor variou em todo o planeta, com a Amazónia, o nordeste do Brasil, o oeste da Ásia e o Mediterrâneo, a experiênciar mudanças mais rápidas do que, por exemplo a Austrália.
Este estudo, publicado na revista Nature Communications, encontrou uma clara tendência crescente no número total de dias em que as regiões foram afectadas por estas ondas de calor.
Segundo o mesmo jornal, a única medida relacionada com as ondas de calor que não aumentaram à escala global foi a intensidade média, que é a temperatura média em todas as ondas de calor por estação. Os únicos lugares onde aumentaram foram o sul da Austrália e partes da África e América do Sul.
Segundo os autores do estudo, o aumento das ondas de calor e do tempo que demoram até desaparecerem é um sinal claro do aquecimento global.
Os cientistas alertaram ainda para uma consciencialização do poder político de forma a implementarem políticas e medidas para reduzir este aquecimento.
As piores ondas de calor registadas, por norma, resultam em eventos catastróficos para o Ser Humano. No sudeste da Austrália, a pior temporada de ondas de calor foi no verão de 2009, quando 374 pessoas morreram em três dias devido ao calor extremo e, duas semanas depois, os incêndios no dia que ficou conhecido como “sábado negro”, mataram 173 pessoas.
A onda de calor mais severa que atingiu o Mediterrâneo foi no verão de 2003, quando se estimam 70.000 mortes em excesso na Europa por causa do calor extremo que também causou mais de € 13,1 biliões em danos à agricultura e florestas.