O mistério das crateras siberianas
A primeira cratera foi descoberta perto de um campo de petróleo e gás na Península Yamal, no noroeste da Sibéria, e as primeiras teorias surgidas então incluíam o impacto de meteorito, a aterragem de OVNIs e o colapso de uma instalação de armazenamento militar subterrânea secreta.
“Neste momento, não há uma teoria consensual que expliquem estes fenómenos complexos”, disse Evgeny Chuvilin, investigador do Centro de Recuperação de Hidrocarbonetos do Instituto de Ciência e Tecnologia de Skolkovo, que visitou o local da cratera mais recente para estudar suas características. “É possível que se estejam a formar há anos, mas é difícil fazer uma estimativa. Como as crateras geralmente aparecem em áreas desabitadas, e na sua maioria selvagens, do Ártico, muitas vezes não há ninguém para ver a sua formação e relatá-la”, disse Chuvilin, citado pela CNN. “Mesmo agora, as crateras são encontradas geralmente por acidente durante voos rotineiros de helicópteros não científicos ou por pastores de renas e caçadores.”
Os cientistas recolheram amostras de solo permafrost, solo e gelo da borda de um buraco – conhecido como cratera Erkuta – durante uma viagem de campo em 2017, após a sua descoberta por biólogos que estavam na área observando a nidificação de falcões. Seis meses depois, os cientistas observaram a área com drones. “O principal problema com essas crateras é o quão incrivelmente rápido, geologicamente, elas se formam e como duram pouco antes de se transformarem em lagos”, disse Chuvilin. “Encontrar uma cratera no remoto Ártico é sempre um golpe de sorte para os cientistas.”
Os cientistas acreditam que a formação destas crateras está relacionada com a acumulação e subsequente explosão de gás metano – que pode ser consequência das altas temperaturas da tundra da Sibéria – mas admitem que ainda há muito por descobrir.