Ouro branco: Portugal tem uma das maiores reservas de lítio do mundo



O salar de Uyuni, conhecido como o maior deserto de sal do mundo, na Bolívia, abriga quase metade de todas as reservas mundiais de lítio. O Chile, a Austrália, a Argentina, a China, o Brasil e Portugal são outros países na lista dos países com maiores reservas de lítio. Os maiores clientes, as grandes empresas líderes em produção de baterias recarregáveis, vêm do Japão, EUA, China e Alemanha. E o futuro não se trata apenas de carros elétricos. Dos smartphones às máquinas fotográficas digitais, este elemento é essencial para o seu funcionamento.

Michael Schmidt, especialista da Agência Alemã de Recursos Naturais, estima que a procura global alcançará as 111 mil toneladas até 2025, em comparação com as 33 mil toneladas de 2015. Este recurso encontra-se na natureza da mesma forma como o magnésio ou o cálcio – existe naturalmente em rocha e solo, existindo em proporções variadas no solo em diferentes partes do mundo. Aproveitando as vastas reservas deste elemento metálico, a Bolívia e o seu Governo poderão tentar influenciar os preços no futuro. “Se temos indústrias de lítio, a Bolívia vai colocar um preço no mundo inteiro”, assegurou recentemente o presidente da Bolívia, Evo Morales, numa visita a Uyuni.

A China, em junho de 2019, anunciou que teria capacidade para comercializar lítio até 1/9 do preço de mercado; ou seja, a 1900€ a tonelada. Por outro lado, a Austrália, um dos grandes produtores mundiais daquele mineral, abriu seis novas minas para fazer face às necessidades mundiais. O Chile deverá duplicar a sua produção nos próximos 4 anos. Face às novas descobertas e aos aumentos de produção há, hoje em dia, muito mais oferta que procura, causando um desiquilibrio de mercado, situação que tem levado a uma queda abrupta dos preços, depois da tendência de subida que se verificou entre 2015 e 2018.

Segundo o ‘Benchmark Mineral Intelligence’ da Bloomberg, o preço por tonelada métrica quase triplicou em quatro anos, passando de cerca de cinco mil dólares no final de 2013 para quase 14 mil nos últimos meses de 2017. No entanto, os preços têm vindo a cair e já estão abaixo dos 10 mil dólares por tonelada. Entre as empresas que dominam atualmente o mercado ocidental de compostos de lítio e encontram-se os grupos norte-americanos Tanex Corporation (do qual fazem parte a SQM–Chile e a Gwalia–Austrália) e a Rockwood Specialties Group Inc. (que inclui a Chemetall–Alemanha, a Cyprus Foote–EUA e a SCL–Chile).

A liderar a lista de reservas mundiais está o Chile (oito milhões de toneladas), cujo lítio é de elevada qualidade e barato de produzir. Segue-se a Austrália (2,7 milhões) e a Argentina (2 milhões). Portugal surge na sexta posição, com 60 mil toneladas. “O consumo de lítio para baterias aumentou significativamente em anos recentes porque as baterias de lítio recarregáveis são usadas extensivamente no mercado crescente de aparelhos eletrónicos portáteis e estão a ser usados cada vez mais em ferramentas elétricas, veículos elétricos e aplicações de armazenamento em rede. Os minerais de lítio são usados diretamente como concentrados de minério em aplicações de cerâmica e vidro”, lê-se num relatório do Governo norte-americano.





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