Secas na Europa são as piores dos últimos 2 mil anos, afirmam cientistas
O Aquecimento Global tem causado uma anomalia nas temperaturas em diferentes partes do mundo, e na Europa a situação não tem sido diferente. As secas e ondas de calor que têm ocorrido no verão, têm-se vindo a intensificar repentinamente, afirmam os cientistas no novo estudo da Universidade de Cambridge.
Após analisarem os isótopos de carbono e de oxigénio dos anéis de 147 carvalhos (Quercus spp.), para estudar o clima na Europa Central de 75 A.C. a 2018, os investigadores descobriram que estas secas, desde 2015, são as piores dos últimos 2100 anos. Em causa está não só o aquecimento global provocado pelo Homem, como a corrente de jato de verão (correntes de ar que ocorrem na atmosfera).
“Enquanto os valores de carbono dependem da atividade fotossintética, os valores de oxigénio são afetados pela fonte de água. Juntos, eles estão intimamente relacionados com as condições da estação de cultivo” indica o investigador Paolo Cherubini, do Swiss Federal Research Institute.
Relativamente ao espaço de tempo analisado, Ulf Büntgen, autor do estudo, explica em comunicado que “as percepções antes da época medieval são particularmente vitais, porque permitem-nos ter uma imagem mais completa das variações de seca no passado, que foram essenciais para o funcionamento e a produtividade dos ecossistemas e das sociedades.”
Estes fenómenos têm graves consequências o equilíbrio e funcionamento dos ecossistemas, tal como para a economia dos países. Os autores alertam para o facto da situação estar a piorar à medida que o Planeta continua a aquecer.
A equipa aponta ainda que os resultados coincidem com a grande desflorestação que tem ocorrido no continente, mais precisamente na zona central.
“A mudança climática não significa que ficará mais seco em todo o lado: alguns lugares podem ficar mais húmidos ou mais frios, mas as condições extremas tornar-se-ão mais frequentes, o que pode ser devastador para a agricultura, para os ecossistemas e para as sociedades como um todo”, afirma Ulf Büntgen.