Bloco de Esquerda quer melhorar o estado de conservação das plantas selvagens do país

O Bloco de Esquerda anunciou esta quinta-feira a proposta de uma recomenda ao Governo para que seja feito um planeamento e desenvolvidas ações que invertam o rumo de perda acelerada das plantas selvagens autóctones do país.

Em causa estão os dados indicados pela Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal Continental, publicada em outubro de 2020, conclui que cerca de 60% das 630 plantas vasculares avaliadas no continente estão ameaçadas de extinção.

Os autores da Lista Vermelha identificam um conjunto vasto de pressões e ameaças sobre a quase totalidade das populações da flora nacional. As mais recorrentes estão relacionadas

O desenvolvimento urbano, turístico e industrial, a expansão e intensificação da atividade agrícola, florestal e pecuária e a propagação de espécies exóticas invasoras são algumas das ameaças e pressões descritas pelos autores do livro.

Nesse sentido, o Grupo Parlamentar propõe:

• Elabore e aplique planos de ação nacionais e locais, de longo prazo, para a recuperação e gestão de habitats e espécies das plantas selvagens autóctones do território português, cuja prioridade, no imediato, deve ser a execução de ações direcionadas para a preservação das espécies com estatuto de conservação desfavorável;
• Desenvolva e execute um programa nacional permanente de monitorização da flora, que avalie, entre outros, as tendências populacionais das espécies de plantas selvagens autóctones;
• Elabore e concretize planos de ação nacionais e locais para o controlo, contenção ou erradicação de espécies exóticas invasoras, conforme previsto no Decreto-Lei n.º 92/2019, de 10 de julho;
• Considere a criação de novas áreas protegidas e, se necessário, amplie os limites das áreas protegidas existentes, de modo a garantir a preservação das espécies de plantas selvagens autóctones com estatuto de conservação desfavorável ou outras espécies com interesse para a conservação;
• Apoie os sistemas de produção agrícola, florestal e pecuária extensivos do país, sistemas que asseguram a existência de habitats de um conjunto vasto de espécies de plantas selvagens com estatuto de conservação desfavorável e outras espécies com interesse para a conservação;
• Apoie os centros de investigação no desenvolvimento de estudos que permitam melhorar o conhecimento sobre as espécies de plantas que ocorrem no país, priorizando o apoio a estudos sobre as espécies cujo estado de conservação ou tendência populacional é desconhecido;
• Crie bancos de germoplasma e coleções vivas direcionados para a conservação de espécies de plantas selvagens autóctones que sirvam de apoio às iniciativas de conservação in situ.