Como a SAP quer liderar a sustentabilidade global

Quarenta minutos. Foi o tempo que bastou ao Chief Sustainability Officer da SAP, Peter Graf, para colocar a gigante alemã de software no top of mind de sustentabilidade  dos presentes no auditório do Centro de Congressos do Estoril.

Numa apresentação a roçar o perfeito, Graf conciliou números com teoria sustentável, case studies com software, negócio com lucro. Por exemplo, sabia que a SAP tem medo de ser acusada de greenwashing?

“A SAP tinha esse medo – e ainda tem. As ONGs – todas – olham primeiro para a empresa e só depois para os seus produtos e serviços. Por isso a estratégia é ser, primeiro, um exemplar, e só depois um “enabler”, ou seja, desenvolver a estratégia dos nossos clientes”, referiu, justificando por que razão a SAP, antes de mais, quer ser uma empresa verde e sustentável.

E porquê o investimento nesta área: “Lembro-me de um grande negócio que ganhámos recentemente por causa da nossa experiência em sustentabilidade”, explicou Graf. De acordo com o responsável, é isto que os executivos e gestores de empresas têm, antes de mais, que perceber: tentar evitar a sustentabilidade é apenas adiar essa decisão, chegar tarde a ela.

Depois, Graf deu exemplos de como as empresas precisam tanto de ser sustentáveis como, por exemplo do lucro. “A Nestlé, que produz alimentos de qualidade, precisa do planeta para os produzir. As alterações climáticas são um perigo para a Nestlé… as inundações, os incêndios”.

Outro exemplo: quando, nos anos 80, a Nike foi atingida por um escândalo de trabalho infantil numa das suas fornecedoras, foi a própria marca que correu riscos. É certo que a responsabilidade, afinal, não era da Nike, mas foi a Nike que foi afectada. “Hoje a Nike está obcecada em ser uma empresa responsável”.

Finalmente, o exemplo da Coca-Cola. A multinacional norte-americana gasta 20 litros de água para fabricar uma única lata. O resultado? A empresa está obcecada com a preservação da água.

Para finalizar a brilhante apresentação, Graf fez a ponte com as empresas. Primeira lição, o CEO tem que compreender a importância da sustentabilidade. Sem ele, nada feito. Segundo ponto, é importante não deixar de fora nenhum stakeholder. A ligação aos media, os vizinhos da fábrica, às ONGs, população é fundamental.

Por fim, o Chief Sustainability Officer da SAP deixou um link. Este: http://www.sapsustainabilityreport.com/. Para os presentes na sala analisarem e ponderarem o futuro das suas empresas.