Por que é importante proteger o coelho-bravo?
A destruição de habitats e as alterações climáticas são as grandes ameaças à sobrevivência dos mamíferos em Portugal, de acordo com o Livro Vermelho dos Mamíferos, um projeto científico que procura monitorizar a conservação das espécies.
“A destruição ou a fragmentação do habitat natural, a poluição e as alterações climáticas são dos impactos mais referidos pelos cientistas como responsáveis pelo estado das espécies selvagens em Portugal continental”, segundo um comunicado divulgado.
Animais como o coelho-bravo estão em “declínio acentuado”, segundo os dados dos últimos anos. É de referir que esta ameaça não tem apenas consequências para os coelhos, considerando que existem outras espécies, algumas também ameaçadas, que dependem destes mamíferos para sobreviver. Por exemplo, o coelho é uma presa essencial para o lince-ibérico, que se encontra em perigo de extinção, ou para a águia-imperial-ibérica, classificada como Vulnerável na Europa e Criticamente Em Perigo em Portugal.
Existem vários factores responsáveis pelo decréscimo progressivo da densidade das populações de coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus) nos ecossistemas ibéricos: caça intensa, deterioração do habitat, elevadas densidades de predadores generalistas, competição com herbívoros de grande porte, além da espécie estar sujeita a várias doenças, constituindo ambas factores significativos de mortalidade.
Porém, para alguns criadores, a via mais segura para garantir que estes animais cheguem à fase adulta, saudáveis e se reproduzam, é a criação em cativeiro. Num ambiente controlado, o coelho bravo está mais protegido das doenças mortíferas que o afetam, tem acesso a comida e a água de qualidade, assim como cresce num habitat relativamente protegido da ação dos seus predadores naturais.