Este combustível para aviões é feito da planta mostarda
A aviação é responsável por 2,5% das emissões globais de dióxido de carbono (CO2), e estima-se que por dia, sejam efetuados perto de 100 mil voos. No sentido de reduzir o impacto deste setor, a comunidade científica tem procurado por novas alternativas de aeronaves e de combustíveis.
Uma equipa da Universidade de Geórgia, nos Estados Unidos, descobriu que a substituição do combustível tradicional dos aviões por um combustível sustentável derivado da planta mostarda (Brassica carinata), poderia reduzir as emissões de CO2 em até 68%.
Nos últimos quatro anos, os especialistas estiveram a estudar de que maneira podiam cultivar esta espécie, garantido a sua boa adaptação e produtividade. A região sul do país foi o local que pareceu mais indicado, dado que os invernos são menos rígidos.
“Como a carinata é cultivada fora da temporada, não compete com outras colheitas de alimentos e não causa problemas de alimentação versus combustível. Além disso, o cultivo de carinata fornece todos os benefícios da cultura relacionados com a qualidade da água, saúde do solo, biodiversidade e polinização”, explica Puneet Dwivedi, o coordenador do estudo.
Esta é também uma altura ideal para investir nesta solução dado que o Presidente Joe Biden propôs um financiamento para apoiar o desenvolvimento de combustível sustentável, no âmbito do Sustainable Aviation Fuel Grand Challenge. De referir que os Estados Unidos têm como objetivo alcançar a neutralidade de carbono no setor da aviação até 2050.
“Os nossos resultados seriam especialmente relevantes para o Estado da Geórgia, que é o sexto maior consumidor de combustível de aviação convencional do país, hospeda o aeroporto mais movimentado do mundo e é o lar da Delta, uma companhia aérea global”, afirma Puneet Dwivedi. “Estou ansioso por prosseguir com mais investigações para disponibilizar uma alternativa sustentável ao nosso modelo atual de viagens aéreas. A carinata tem o potencial de ser vantajosa para as nossas áreas rurais, indústria da aviação e, o mais importante, para as alterações climáticas.”