Biólogo português pede ajuda para vencer prémio de ambiente da Thomson Reuters



O biólogo português Diogo Veríssimo está a pedir o seu voto para conseguir vencer o prémio IUCN – Thomson Reuters Environmental Media Award. O concurso pretende honrar o jornalismo excepcional de ambiente e convida todos os interessados a submeterem um artigo sobre a sua visão do futuro da sustentabilidade.

O artigo de Diogo, que está a terminar o doutoramento na área da conservação e marketing social, já foi submetido e lidera as votações (dados de 4 de Julho às 14h30, hora de Lisboa). Pode votar também nele neste artigo (via Facebook).

Se acabar na primeira posição, Diogo consegue financiamento para ir ao próximo World Conservation Congress, que se realiza na Coreia do Sul. Este é o principal congresso de conservação na natureza do mundo e decorre apenas de quatro em quatro anos.

“Como jovem cientista em início de carreira, esta seria uma oportunidade única”, explicou Diogo Veríssimo ao Green Savers.

O artigo de Diogo aborda as oportunidades verdes da crise económica, nomeadamente através do combate ao desperdício. Leia-o aqui, em português, e não se esqueça que só poderá votar neste link.

O “verde” da crise: tornando um revés numa oportunidade (por Diogo Veríssimo)

“A CRISE económica traz dificuldades mas também cria oportunidades. Quer tenha de gerir uma empresa multinacional ou um orçamento familiar, há duas formas de balançar as contas: ou aumenta as receitas ou diminui as despesas. É neste contexto que a crise económica que atravessamos pode ser o incentivo que precisamos para combater aquele que, é porventura, o maior inimigo do desenvolvimento sustentável: o desperdício

A crise económica que presentemente atinge sobretudo a Europa e a América do Norte tem tido implicações desastrosas. Contudo, o corrente quadro económico apresenta, ao mesmo tempo e talvez mais do que nunca, um grande estímulo à eficiência, essa grande amiga da sustentabilidade. E é este impulso para ser mais eficiente que nos pode levar a finalmente lidar com o gigantesco desperdício que impera no estilo de vida da maioria de nós.

Se acha que isto do desperdício não é uma coisa assim tão importante, então continue a ler. Tomemos como exemplo duas das mais básicas necessidades humanas: comida e água. No ano passado 1,3 mil milhões de comida, o equivalente a 25 mil vezes o peso do Titanic e cerca de um terço da produção mundial, foi desperdiçado. Isto dá em média cerca de 200 kg por pessoa. Quanto à água, cerca de um terço da água potável que extraímos é desperdiçada devido a fugas nas canalizações, torneiras a pingar, etc. Um única torneira a pingar pode desperdiçar mais de 20 litros de água por dia. Nos Estados Unidos, as famílias desperdiçam cerca de 1 trilião de litros por ano, o suficiente para encher 40 mil piscinas olímpicas.

Este desperdício colossal, para além de pouco ético, tem um custo também ele colossal. Voltando aos Estados Unidos, o país para o qual há mais dados, €32 mil milhões (R$80,7 mil milhões) são gastos todos os anos em comida que nunca chegará a ser consumida. Isto é 40 vezes mais do que os lucros conseguidos pelo Facebook no mesmo período. A isto temos de juntar mais €600 milhões (R$1,5 mil milhões) por ano para que esta comida desperdiçada seja transportada e mantida em aterros sanitários ou incinerada. Em relação à água, os números são igualmente assustadores. Nos Estados Unidos as famílias gastam cerca de 10 mil milhões (R$25,2 mil milhões) por ano em água que nunca será usada. Isto é 26 vezes o lucro anual da companhia de material desportivo Nike.

Estes números podem inicialmente parecer avassaladores, mas não devem. A enorme quantidade de desperdício produzido pela sociedade em que vivemos é igualada por uma enorme oportunidade, e dado o contexto económico uma necessidade, para ser mais eficiente. Está nas nossas mãos fazer o nosso estilo de vida mais economicamente e ambientalmente sustentável. A diferença está em pequenos detalhes como ter a criatividade de organizar uma refeição com as sobras dos dias anteriores em vez de deitar tudo para lixo ou fechar a torneira enquanto escovamos os dentes poupando litros e litros de água. Podemos e devemos fazer desta crise uma oportunidade para a sustentabilidade ambiental”.





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