Medicamentos estão a poluir os rios de todo o mundo



Os medicamentos nos rios do mundo representam uma ameaça à saúde ambiental e humana, de acordo com um estudo recente publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

O estudo constatou a presença de mais de 61 ingredientes farmacêuticos ativos (APIs) em mais de 104 países. Mais de 1.000 locais foram revistos ​​ao longo de 258 rios em todos os continentes. De todas as áreas em estudo, apenas a Islândia e uma vila remota na Venezuela, onde os habitantes locais não usam a medicina moderna, estão livres de poluentes.

Entre os APIs frequentemente detectados estavam carbamazepina (um medicamento antiepiléptico), metformina e cafeína. Foram encontrados em pelo menos metade dos sitios analisados. Por outro lado, vestígios de antibióticos foram encontrados em níveis perigosos em um em cada cinco locais. Na maioria dos locais estudados, pelo menos um API foi encontrado em níveis considerados prejudiciais à fauna.

Entre os locais com níveis extremamente altos de APIs estavam Lahore no Paquistão, Adis Abeba na Etiópia e La Paz na Bolívia. Madrid, em Espanha, também apareceu entre os 10% principais locais com altas concentrações acumuladas.

O estudo foi liderado por John Wilkinson, da Universidade de York, ao lado de 127 investigadores de 86 instituições.

“A Organização Mundial da Saúde, a ONU e outras organizações dizem que a resistência antimicrobiana é a maior ameaça à humanidade – é a próxima pandemia”, disse Wilkinson. “Em 19% de todos os locais que monitorizamos, as concentrações de [antibióticos] excederam os níveis que esperávamos para incentivar as bactérias a desenvolver resistência”.





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