Ilha de São Jorge está a passar por uma crise sísmica
A Ilha de São Jorge, no Arquipélago dos Açores, está a sofrer uma grande atividade sísmica desde as 16h05 do dia 19 de março. Nesse mesmo dia ocorreu o sismo com maior magnitude, até ao momento, que atingiu 3,3 na escala de Richter. Desde então já se registaram mais de 2.000 sismos, mais de uma centena sentidos pela população.
Segundo relatou o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), os sismos têm ocorrido “na parte central da ilha de São Jorge, mais concretamente ao longo de uma faixa com direção WNW-ESE, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor”.
Como explicou a Proteção Civil dos Açores, “O facto de a crise sísmica se situar no denominado Sistema Vulcânico Fissural das Manadas leva a que se passe a designar por crise sismovulcânica, devendo ser considerados todos os cenários, incluindo um sismo de maior magnitude ou uma possível erupção”.
Para o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, “a origem desta sismicidade pode estar relacionada com a ascensão de magma num dique magmático, fenómeno esse que provoca fragmentação das rochas em profundidade o que se traduz em libertação de energia elástica sob a forma de sismos”.
Ontem, numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo, Clélio Meneses, o Secretário Regional da Saúde dos Açores, afirmou que “foi comunicada a subida para o nível V4 de alerta vulcânico, o que significa possibilidade real de erupção. O que se aconselha às pessoas que vivem entre as Velas e a Fajã das Almas, é que façam uma deslocação das suas residências, sobretudo pessoas com mobilidade reduzida, pessoas dependentes de terceiros para as suas atividades básicas, pessoas residentes em edifícios sem garantias de segurança antissísmica e residentes em zonas próximas de vertentes ou falésias de particular perigosidade de deslizamento ou desabamento”, informou.