A maior planta do mundo está na Austrália e mede 180 quilómetros



Um grupo de investigadores da Universidade da Austrália Ocidental e da Universidade Flinders descobriram aquela que acreditam ser a maior planta do mundo. Com 180 quilómetros de extensão, a alga marinha da espécie Posidonia australis foi encontrada na Baía Shark, uma Área de Património Mundial da Humanidade, na Austrália Ocidental.

O grupo estava no local para estudar a diversidade das plantas ali encontradas. Após análises genéticas, os cientistas ficaram a saber que não se tratavam de várias pradarias marinhas, mas sim de uma só espécie, que tinha crescido a partir de uma única semente ao longo de, pelo menos, 4.500 anos.

“Esta única planta pode de facto ser estéril; não tem sexo. Como sobreviveu e prosperou por tanto tempo é realmente intrigante. Plantas que não têm sexo também tendem a ter diversidade genética reduzida, que precisam normalmente quando lidam com mudanças ambientais”, refere o autor Martin F. Breed.

Apesar dos efeitos de stress que as alterações climáticas estão a provocar nas plantas, devido à oscilação das temperaturas, da salinidade da água e da quantidade de luz que recebem, esta planta parece continuar a crescer sem qualquer problema. Como explica Martin F. Breed, a principal razão está nos seus genes. “Achamos que os seus genes são muito adequados ao ambiente local, embora variável, e que também tem diferenças genéticas subtis em toda a sua extensão que a ajudam a lidar com as condições locais”.

A bióloga Elizabeth Sinclair acrescenta ainda que a justificação está no facto da planta ter o dobro dos cromossomas dos seus parentes, sendo por isso poliploide. “As plantas poliplóides geralmente habitam em locais com condições ambientais extremas, e geralmente são estéreis, mas podem continuar a crescer se não forem perturbadas, e esta alga marinha gigante fez exatamente isso”, revela.

O estudo foi agora publicado na revista científica Proceedings of The Royal Society.

 

 

 





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