Homem é o principal culpado pelas manchas de petróleo que poluem o oceano
Uma equipa de cientistas da Universidade de Nanjing, na China, e da Universidade Estatal da Flórida, nos Estados Unidos, mapeou a dispersão das manchas de petróleo nos oceanos de todo o mundo. O novo estudo aponta que o Homem é responsável por 91% da poluição por petróleo, uma percentagem muito acima da que se pensava.
Entre 2014 e 2019, foram avaliadas 563.705 imagens através do satélite Sentinel-1 da Agência Espacial Europeia. A maior parte das manchas de petróleo encontrava-se a 160 quilómetros da costa, mas cerca de metade encontrava-se também 40 quilómetros, o que confirma a sua proximidade com as zonas costeiras. Além disso, 21 manchas com alta densidade coincidiam com rotas de navegação dos navios.
Anteriormente estimava-se que a ação humana era responsável por 50% das manchas e que 46% se justificava por fontes naturais, de acordo com um estudo do NRC entre 1990–1999. Agora, esta investigação aponta para uma responsabilidade de 91%. A libertação desta substância ocorre tanto através da produção de petróleo offshore, como de navios, oleodutos e de escoamentos da terra para o mar, neste caso por parte de indústrias ou mesmo das populações. Embora mais rara, a libertação natural do petróleo também ocorre em infiltrações no fundo do mar.
“A maioria destas manchas de óleo são microscopicamente finas, amplamente observadas e diferentes dos principais derrames de petróleo. São uma fonte de poluição crónica e têm sido difíceis de rastrear porque têm uma vida curta e movem-se com os ventos, marés e correntes”, explica Chuanmin Hu, um dos autores do artigo, publicado na revista científica Science.
Com publicação dos resultados, os autores esperam que haja um reforço na regulamentação e na fiscalização para reduzir este tipo de poluição.