Sabia que o seu chá pode ter ADN de artrópodes?



O chá é uma bebida conhecida em todo o mundo, feita à base de água e de infusão de folhas, flores ou raízes de plantas. Um grupo de investigadores da Universidade de Trier, na Alemanha, questionou se as plantas secas do chá – idênticas às conservadas dos herbários – poderiam ter algum tipo de ADN – e descobriu que sim, esta pode ser uma nova fonte para recolher ADN ambiental.

Ao analisarem 40 amostras de chá de camomila (11), chá verde (12), chá de menta (10) e chá de salsa (7), compradas na cidade, foi possível encontrar o ADN de 1.279 espécies de antrópodes, 3 classes, 22 ordens, 281 famílias e 1.068 géneros distintos. As ordens mais comuns foram a Diptera, a Blattodea, a lepidoptera e a Acari, que correspondem, respetivamente, a animais como a mosca, a barata, a borboleta e os ácaros.

Assim, o material vegetal mostrou ser uma boa ferramenta para monitorizar artrópodes, as suas interações com as plantas, identificar a sua origem geográfica e detetar pragas agrícolas. Além disso, foi também possível demonstrar a biodiversidade existente em apenas algumas plantas, neste caso, em apenas 40 sacos de chá.

Em entrevista à revista The Scientist, o autor Henrik Krehenwinkel conta: “O que realmente me surpreendeu foi a alta diversidade que detetámos… Pegámos num saquinho de chá, acho que de 100/150 miligramas de material vegetal seco, extraímos o ADN, e encontrámos no chá verde perto de 400 espécies de insetos”.

O artigo publicado no The Royal Society Publishing.





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