Plano de emergência está a ajudar a conservar o tartaranhão-caçador



Iniciou em março, pela primeira vez no país, o Plano de Emergência para a Recuperação do Tartaranhão-caçador. Coordenada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), em parceria com Liga para a Proteção da Natureza (LPN), Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, Sociedade para os Estudo das Aves (SPEA) e pelo Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO), esta iniciativa surgiu com o objetivo de evitar a extinção da espécie no país, que se encontrava já em situação “muito crítica”, de acordo com o Instituto.

O tartaranhão-caçador (Circus pygargus) é uma espécie migradora que vem de África para nidificar em Portugal, sendo a região do Alentejo uma das mais importantes para a sua reprodução. Em 2021 foram observados 50 casais da espécie em Portugal, um número que revela um decréscimo de 75% nos últimos 10 anos.

Os números atuais são muito preocupantes e é urgente intervir na conservação desta espécie, em perigo de extinção. O plano de emergência desenhado incluiu uma intervenção in-situ, com proteção de crias, e outra ex-situ, com resgate de ovos encontrados“, explica Olga Martins, Diretora Regional de Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo.

De acordo com a LPN, o plano começou pela localização de colónias e ninhos e depois pelo resgaste de ovos para incubação ex-situ (fora do meio natural). Após a incubação e a primeira fase de crescimento, as crias são transferidas para instalações de aclimatação ao meio natural (hacking), onde decorre a última fase de crescimento durante 3 a 4 semanas até serem juvenis voadores e estarem autónomos para sobreviverem na natureza. Durante esta fase são acompanhados e alimentados diariamente com o menor contato humano possível, aprendendo a reconhecer o seu habitat natural.

O tartaranhão-caçador era uma das aves mais comuns nas nossas planícies alentejanas. O decréscimo que estão a ter é tão acentuado, que atualmente é difícil serem observados“, revela Rita Alcazar, Coordenadora da Delegação da LPN em Castro Verde. “Estas ações de emergência [incubação de ovos e conservação ex-situ] só estão a ser efetuadas porque a situação da espécie é tão dramática, que apenas com uma intervenção de resgate e salvamento será possível assegurar a sobrevivência dos juvenis e conseguir evitar a extinção da espécie em Portugal“.

No dia 19 de julho foram libertados 21 exemplares juvenis da espécie em Castro Verde. Brevemente, serão libertados outros 7 juvenis, que se encontram de momento na fase de aclimatação.





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