EUA lançam fundo de 810 milhões e aumentam presença no Pacífico Sul que disputam com China



Os Estados Unidos anunciaram esta quinta-feira um novo fundo de ajuda para as ilhas do Pacífico Sul, no valor de 810 milhões de dólares, e o aumento da sua presença diplomática naquela região estratégica que disputam com a China.

A Casa Branca explicou que 600 milhões de dólares serão aplicados na forma de um pacote de ajuda a dez anos, destinado a limpar as águas poluídas e apoiar a pesca de atum.

Washington também aumentará o seu apoio ao clima, ajuda ao desenvolvimento e a sua presença diplomática naquela região estratégia, noticia a agência France-Presse (AFP).

“As ilhas do Pacífico representam uma voz vital no fortalecimento do nosso futuro”, destacou o presidente dos EUA, Joe Biden, saudando a realização de uma cimeira “histórica” onde os Estados Unidos apresentaram uma nova estratégia no Pacífico.

Esta cimeira inédita em Washington, que começou na quarta-feira, reúne pela primeira vez uma dúzia de líderes destas nações insulares do Pacífico.

O objetivo declarado dos norte-americanos passa por retomar as ligações com uma região próxima dos EUA desde a Segunda Guerra Mundial, mas onde a China se tornou cada vez mais importante nos últimos anos, através de investimentos e treinos de forças policiais, além de um acordo de segurança com as Ilhas Salomão.

O primeiro-ministro Manasseh Sogavare assinou um vasto acordo de segurança, com contornos vagos, com Pequim em abril, o que levantou receios em muitos países ocidentais, especialmente os Estados Unidos e a Austrália, que temem que este pacto permita que a China estabeleça uma base militar no país.

As Ilhas Salomão, no entanto, negam este projeto.

Em declarações à AFP, o primeiro-ministro das Ilhas Salomão disse que as negociações em Washington para a adoção de uma declaração conjunta no final da cimeira tiveram, “de forma positiva”, em conta, em particular, as preocupações das alianças regionais que juntam Estados Unidos, Austrália, Japão e Índia.

Já Washington anunciou um apoio de 20 milhões de dólares a favor do turismo e de alternativas à extração de madeira nas Ilhas Salomão.

O chefe de Estado norte-americano também anunciou que os EUA reconhecerão as Ilhas Cook e Niue, territórios autónomos cuja diplomacia, defesa e política monetária estão ligados à Nova Zelândia.

Washington poderá, desta forma, aumentar a sua presença diplomática nestas ilhas, que possuem menos de 20.000 habitantes, mas cobrem uma importante zona económica do Pacífico Sul.

Como parte desta nova estratégia, Joe Biden também nomeou pela primeira vez um embaixador para participar no Fórum das Ilhas do Pacífico, escolhendo Frankie Reed, um diplomata com experiência naquela região.

Os Estados Unidos anunciaram recentemente o regresso de uma embaixada norte-americana nas Ilhas Salomão, onde a China tem forte presença, e a Casa Branca indicou na quinta-feira a abertura de embaixadas nas ilhas Tonga e Kiribati.

Além disso, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) irá abrir uma nova missão em Fiji até setembro de 2023 e membros do Peace Corps, um programa de voluntários do governo dos Estados Unidos, serão enviados para Fiji, Tonga, Samoa e Vanuatu, bem como, possivelmente, para as Ilhas Salomão, referiu a Casa Branca.

A cimeira também reúne dois territórios franceses, Nova Caledónia e Polinésia Francesa, ambos membros do Fórum das Ilhas do Pacífico, bem como o território norte-americano de Guam.

A luta contra as alterações climáticas também está no centro das discussões, pois alguns destes arquipélagos estão a longo prazo ameaçados pela subida do nível dos oceanos.

As ilhas do Pacífico respondem por apenas 0,03% das emissões de gases de efeito estufa, mas algumas estão ameaçadas de extinção, mesmo que a comunidade internacional respeite o acordo climático de Paris.

 





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