APREN e Aon Portugal debatem gestão de risco em projetos de energia renovável



A APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis e a Aon Portugal promoveram um debate conjunto dedicado ao tema “Como proteger o investimento em Projetos de Energia Renovável?”, que juntou vários gestores do setor das renováveis.

Ataques cibernéticos, atrasos nas cadeias de abastecimento, volatilidade de cotação de commodities, interrupção do negócio e alterações climáticas. De acordo com a última edição do Aon Global Risk Management Survey, estes são alguns dos atuais desafios associados ao setor das energias renováveis, os quais devem ser avaliados no âmbito de uma estratégia consistente de gestão de risco.

A AON, com experiência em projetos renováveis das mais diversas tecnologias, “pretende continuar a ser um ator de referência no sentido de apoiar as empresas na tomada das melhores decisões, com especial relevância em contextos de volatilidade, através da identificação, qualificação e transferência de risco”, sublinhou o CEO da AON Portugal, Carlos Freire.

“Podemos ter ataques maliciosos a instalações, curtailments forçados”

Já Luís Teodora, Business Leader Renewable Energies da AON Portugal, garante que é possível proteger riscos nas diversas fases dos projetos, desde a sua fase de construção ou montagem até à fase de operação, bem como salvaguardar as perdas financeiras decorrentes de interrupção do negócio. “Conseguimos igualmente proteger a fase de transporte e as perdas financeiras decorrentes de atrasos de início de obra, uma vez que nem todos os sinistros ocorrem no local de implementação do projeto”, exemplificou.

Na Finerge há uma especial preocupação com os riscos que advêm dos atuais constrangimentos das cadeias de abastecimento, mas também com os riscos cibernéticos, como sublinhou Ricardo Jorge. “Atualmente há uma real ameaça. Podemos ter ataques maliciosos a instalações, curtailments forçados, ainda que haja sempre a preocupação de criar redundâncias e ilhas seguras de comunicações”, sublinhou.

Outro risco que preocupa particularmente a EDP Renováveis é aquele que envolve as contrapartes. “Quando se assina um PPA (Power Purchase Agreement) pressupõe-se que a contraparte é sólida e capaz de absorver o impacto de potenciais choques ou crises”, lembrou por seu lado Filipe Athayde Marques, da EDP Renováveis.

Prazos de licenciamento “são dilatados e colocam algumas condicionantes no início do projeto”

O risco regulatório foi igualmente evocado pelos promotores de projetos renováveis, bem como a dificuldade de reter capital humano, mas há outros: “Os prazos de licenciamento são dilatados e colocam algumas condicionantes no início do projeto”, destaca Carla Silva, da Trustenergy.

As soluções existem para vários tipos de projetos, desde centrais solares, parques eólicos on e offshore, hidrogénio e BESS (Battery Energy Storage System), devendo ser estruturadas e ajustadas às especificidades requeridas por cada tipo de tecnologia, de acordo com a multiplicidade de exigências regulatórias e contratuais que recaem sobre os diferentes stakeholders, segundo Luís Teodora. A integração de soluções de seguros de caução, paramétricos e M&A, com especial foco em W&I (Warranty & Indemnity), são igualmente relevantes num momento em que o time-to-market dos projetos é um fator determinante.

Se a descarbonização gera oportunidades traz também inúmeros desafios que é preciso acautelar. Para o CEO da APREN, Pedro Amaral Jorge, importa por isso ir identificando os riscos que vão sendo colocados aos operadores de forma a maximizar o valor dos seus ativos. “Quanto mais efetiva for a externalização dos riscos às partes que os sabem gerir, com custos cada vez mais competitivos, mais robustas vão ser empresas”, enfatizou.

O evento pode ser revisto na íntegra no canal de Youtube da APREN.

 





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...