‘Bola’ de abelhas vence competição internacional de fotografia da vida selvagem



Terminou esta terça-feira mais uma edição da competição internacional de fotografia da vida selvagem Wildlife Photographer of the Year, que vai já na sua 58.ª edição. Este ano, o primeiro prémio foi para uma fotografia da americana Karine Aigner, membro da Liga dos Fotógrafos da Conservação e da Associação Norte-americana de Fotografia da Natureza.

Tendo o seu trabalho já figurado em publicações de renome como a revista National Geographic, a Nature Conservancy Magazine e a BBC Wildlife, Aigner alcançou a primeira posição na competição com uma fotografia que capta o momento em que várias abelhas da espécie Diadasia Rinconis se juntam numa bola compacta, e estrepitosa, nas areias tórridas de um rancho no Texas, Estados Unidos da América.

A meros centímetros da ação, a fotógrafa testemunhou uma tentativa de vários machos dessa abelha para acasalarem com uma única fêmea, no centro da esfera de um frenesim reprodutivo. É explicado que esta espécie, tal como a maioria das abelhas, está ameaçada pela perda de habitat, pela utilização de pesticidas e práticas agrícolas que impactam negativamente os seus locais de reprodução e, evidentemente, pelas alterações climáticas.

Apesar de muitas imagens mostrarem tipicamente grupos de abelhas a zumbirem em torno de uma colmeia, uma vasta maioria das cerca de 16 mil espécies conhecidas são, na realidade, solitárias. Estes pequenos insetos são agentes fundamentais dos processos de polinização de plantas, incluindo de muitas que fazem parte da alimentação humana.

Assim, Aigner torna-se na quinta mulher a conquistar o topo do pódio do Wildlife Photographer of the Year, em 58 anos de história da competição promovida pelo Museu de História Natural do Reino Unido, que este ano contou com o registo de 38.575 fotografias de 93 países.

Paralelamente à corrida ao Grande Prémio, aconteceu também a competição para o Jovem Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano, arrecadado pelo tailandês Katanyou Wuttichaitanakorn, de 16 anos. O jovem entusiasta do mundo natural capta fotografias da vida selvagem desde os 12 anos, especialmente na sua terra natal, Banguecoque, tendo também já eternizado em imagens a vida que pulula nos parques naturais do seu país.

Este ano, Wuttichaitanakorn venceu o prémio com uma fotografia de uma baleia-de-bryde (Balaenoptera brydei), que, com a sua enorme boca aberta, se alimentava perto da embarcação em que o jovem fotógrafo se encontrava. Na imagem, é possível ver claramente as centenas de filamentos de queratina que adornam o céu da boca do mamífero marinho, e que servem para filtrar a água e reter os pequenos crustáceos dos quais se alimenta, contornado por uma gengiva rosa-pálido.

A observação das baleias tornou-se numa importante, e popular, dimensão do turismo no Golfo da Tailândia, local ao qual os visitantes afluem para poderem vislumbrar as baleias-de-bryde, que estão presentes todo o ano no Mar da China Meridional.

“Os fotógrafos da vida selvagem oferecem-nos vislumbres inesquecíveis da vida das espécies selvagens, partilhando detalhes nunca antes vistos, comportamentos fascinantes e histórias em primeira-mão das crises climática e da biodiversidade”, salienta Doug Gurr, diretor do Museu de História Natural, em Londres.

“Estas imagens demonstram a sua admiração e apreço pelo mundo natural e a necessidade urgente para agir de forma a protegê-lo.”

As duas fotografias vencedoras da competição de 2022, bem como outras que foram submetidas, estarão em exibição nesse museu britânico a partir do próximo dia 14 de outubro, sexta-feira, para que todos os visitantes se possam maravilhar com o que o mundo natural do qual também nós, seres humanos, fazemos parte.





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