Cientistas consideram erva daninha “Portulaca oleracea” uma “super planta”



Os investigadores da Universidade de Yale descobriram que a erva daninha é uma “super planta” que poderá ajudar a desenvolver culturas fortes e resistentes à seca. A Portulaca oleracea, também conhecida como beldroega, foi descoberta como tendo um mecanismo único de fotossíntese que a torna mais resistente à seca.

O estudo detalha as características únicas da erva daninha e a razão pela qual pode ser utilizada para a futura engenharia genética de outras culturas.”Esta é uma combinação muito rara de características e criou uma espécie de ‘super planta’ – uma que poderia ser potencialmente útil em projetos como a engenharia de culturas”, disse Erika Edwards, professora de ecologia e biologia evolutiva da Universidade de Yale e co-autora do trabalho.

Segundo a mesma fonte, a fotossíntese está no centro da forma como as plantas sobrevivem a secas e doenças. Diferentes plantas desenvolveram formas de melhorar a sua fotossíntese. Por exemplo, o milho e a cana-de-açúcar utilizam a fotossíntese C4, o que permite às plantas permanecerem produtivas mesmo a temperaturas elevadas. Por outro lado, as plantas suculentas, como os catos, utilizam um tipo de fotossíntese conhecida como CAM. Permite que as plantas prosperem em desertos e outras regiões secas.

C4 e CAM são, assim, sistemas avançados de fotossíntese que têm sido alcançados pelas plantas através de anos de evolução e adaptação. Embora tenham funções diferentes, utilizam as mesmas vias bioquímicas para agir como “suplementos” à fotossíntese convencional.

Inicialmente, pensava-se que a fotossíntese C4 e CAM funcionavam de forma independente. Os investigadores por detrás do estudo relataram ter encontrado C4 e CAM para funcionar perfeitamente bem nas mesmas células. Esta revelação abre agora o caminho para uma nova engenharia genética.

“Em termos de engenharia de um ciclo CAM numa cultura C4, como o milho, ainda há muito trabalho a fazer antes que isso se possa tornar realidade”, disse Edwards. “Mas o que temos demonstrado é que as duas vias podem ser integradas de forma eficiente e partilhar produtos”. O C4 e o CAM são mais compatíveis do que pensávamos, o que nos leva a suspeitar que há muito mais espécies de C4+CAM por aí, à espera de serem descobertas”.

Tal descoberta poderia ajudar a salvar o mundo numa altura em que as alterações climáticas aumentaram a insegurança alimentar. Os cientistas estão a tentar encontrar formas de aumentar a resiliência das principais culturas.

 

 





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