dstelecom lança cabo submarino para recolher dados vitais da Terra



A dstelecom, em colaboração com a Marinha Portuguesa e com o INESC-TEC, lançou o primeiro protótipo do projeto do K2D – Knowledge and Data from the Deep to the Space – na Zona Livre Tecnológica Portuguesa Infante D. Henrique, em Tróia, que consiste num cabo submarino inteligente.

O projeto liderado pela dstelecom, em co-promoção com a Universidade do Minho e o INESC-TEC e em parceria com o CINTAL, o AIRCentre e a Universidade dos Açores, conta com um investimento de cerca de 1,4 milhões de euros e está a ser desenvolvido com o objetivo de monitorizar as condições físicas e biológicas das profundezas dos oceanos, dados que os atuais sistemas de previsão meteorológica – satélites, aviões e estações terrestres – não conseguem recolher. O projeto K2D, desenvolvido em parceria com o MIT – Massachusetts Institute of Technology, deverá estar concluído em junho de 2023.

“Com um sistema único no mundo, este cabo submarino inteligente vai permitir monitorizar os dados vitais da terra e validar a arquitetura do sistema, composto por um repetidor de sinal e nós de monitorização que permitem a instalação de um número alargado de sensores”, sublinha a empresa em comunicado.

Segundo a mesma fonte, neste protótipo foram instalados 4 sensores, para captar imagens e recolher dados de temperatura, pressão e acústica marítima, possibilitando a localização de cetáceos como baleias e golfinhos.

Smartcable como um produto “diferenciador e de valor acrescentado

A aquisição de dados potenciados pelo sistema “irá permitir criar modelos de análise baseados em geoinformática e inteligência artificial, de forma a ampliar o alcance da monitorização e do espetro do conhecimento até ao interior dos oceanos”, salienta a dstelecom que iniciou este projeto tendo em vista a criação do smartcable como um produto “diferenciador e de valor acrescentado, que ainda não existe a nível mundial”.

“A nossa estratégia passa por aumentar o valor acrescentado dos cabos submarinos, convertendo-os não só em autoestradas de dados, mas também acrescentar a capacidade de monitorização, associando uma camada de sensorização a estes elementos que estão alojados no fundo do oceano. Isto vai permitir-nos apresentar uma solução única a este mercado e que esperamos uma disseminação global”, afirma Sérgio Fernandes, CTO da dstelecom, citado em comunicado.

A estrutura já foi instalada no início de setembro e ficou submersa durante várias semanas para validar o conceito.

“Já estamos a trabalhar no novo protótipo, com mais sensores, que poderá ser instalado a maiores profundidades, de forma a testar a resistência a condições mais adversas de profundidade e pressões elevadas. Adicionalmente, nesta segunda fase, o espectro de monitorização será alargado de forma a permitir a recolha de dados adicionais, nomeadamente da atividade sísmica”, acrescenta o responsável.

 





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