As próximas grandes fontes de geração de energia são… as pessoas
Se acha que a nossa notícia de ontem da t-shirt que pode carregar gadgets e telemóveis é muito futurista, então saiba que a Scientific American já está a pensar mais à frente, numa situação em que seremos nós próprios a garantir a energia suficiente para alimentar os aparelhos que nos rodeiam.
Segundo a publicação, num futuro próximo o nosso telemóvel carregar-se-á ao nosso toque. Isto porque os cientistas estão já a pesquisar uma forma de captar energia humana – aquela que produzimos ao andar e digitar um texto, por exemplo – para gerar electricidade.
Numa primeira fase, esta tecnologia será apenas aplicada na utilização de aparelhos electrónicos. A recolha de energia presente em locais onde se movimentam pessoas poderá, por exemplo, facilitar a autonomia a auto-suficiência de equipamentos médicos ou aumentar a duração de baterias de portáteis e smartphones.
É improvável, pelo menos para já, que a energia humana consiga gerar electricidade suficiente para abastecer uma casa, por exemplo, uma vez que ela é altamente difusa, difícil de ser concentrada.
Segundo conta o EcoDesenvolvimentos, para obter electricidade os cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley estão a modificar o vírus M13, que normalmente infecta bactérias, para traduzir pressão em electricidade.
A tecnologia consegue gerar 6 nanoamperes de corrente e 400 milivolts de potencial, aproximadamente um quarto da saída de uma pilha AAA – para ter potencial útil é necessário, no mínimo, a geração de 50 nanoamperes.
Outro grupo de investigadores, do Reino Unido, desenvolveu uma joelheira que reúne electrões com o caminhar. Ao fletir o joelho, quatro lâminas no dispositivo são puxadas e, em seguida, vibram como a corda de uma guitarra para produzir eletricidade.
O dispositivo só consegue produzir 2 miliwatts de energia, mas os cientistas esperam atingir 30 miliwatts com algumas modificações. A pretensão é que, quando a produção aumentar, a unidade do dispositivo seja vendida por €10 (R$25.2).
Finalmente, poderá ser também possível ligar a televisão com a energia produzida com o nosso corpo. Mas para isso, para além de novas formas de procurar energia, precisaremos de equipamentos que utilizem cada vez menos eletricidade.