Torres Vedras investe até 146 ME para atingir neutralidade carbónica em 2050
O município de Torres Vedras estima investir 70 a 146 milhões de euros (ME) para atingir a neutralidade carbónica até 2050, compromisso assumido no Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima, que é hoje apresentado.
“O município de Torres Vedras está fortemente empenhado na promoção da neutralidade carbónica até 2050 e da redução da pobreza energética, através de uma transição justa”, é referido no Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima de Torres Vedras 2023- 2050, a que a Lusa teve hoje acesso e que está em consulta pública até ao dia 13.
O plano tem como finalidades “orientar o município na operacionalização da sua estratégia climática e facilitar a transição energética justa, a adoção de padrões de consumo sustentáveis, a redução da pobreza energética e a promoção de um sistema económico adaptado, resiliente e inclusivo”.
Até 2030, esta autarquia do distrito de Lisboa quer reduzir em 41% o consumo de energia no concelho e em 56% as emissões de dióxido de carbono (CO2) face a 2009.
Até 2050, o objetivo passa pela redução dos consumos de energia em 72% e das emissões de CO2 em 100%.
Para o efeito, estima-se um investimento das entidades públicas e privadas entre os 70 e os 146 ME na implementação de 25 medidas de sustentabilidade definidas, que abrangem 83 ações.
Cerca de 55% desse investimento é privado e 46% municipal, estando o investimento público calculado entre 29 e 43 ME.
Do investimento global, 45 a 96 ME vão ser gastos na descarbonização, 22 a 44 ME na eficiência energética, 1,7 a 3,6 ME na transição energética e 1,1 a 1,4 ME na sensibilização ambiental.
Para reduzir as emissões de CO2, o município compromete-se a investir em modos suaves de transporte, apostando na pedonalidade e no uso da bicicleta, conceder incentivos urbanísticos para a descarbonização e a promover a economia azul e a geração de energia renovável, entre outras medidas.
A eficiência da iluminação, dos sistemas de climatização e ventilação, a gestão sustentável da energia, da água e dos resíduos, a otimização da rede de transportes, a promoção da economia circular e a otimização da vertente energética e climática no planeamento urbano são algumas das medidas previstas para reduzir os desperdícios de energia e promover a utilização de recursos e formas de energia menos poluentes.
A estratégia passa também por medidas de adaptação às alterações climáticas, cujo plano municipal está a ser elaborado.
Com estes planos, o município pretende contribuir para o cumprimento da Agenda 2030 e para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, assim como para o Pacto de Autarcas pelo Clima e Energia.
Entre 2009 e 2019, o concelho diminuiu o consumo de energia em 18%, passando de 1.555.367 para 1.270.233 megawatts/ano, e de emissões de CO2 em 29%, de 389.696 para 277.103 toneladas.