Incêndios na Amazónia brasileira cresceram 15,9% em fevereiro
A Amazónia brasileira registou 677 focos de incêndio em fevereiro, um aumento de 15,9% face ao mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados pelo sistema de alarmes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
No entanto, na comparação com janeiro, quando foram registados 1.056 focos de incêndio no bioma, as queimadas caíram 35,9%.
As queimadas na maior selva tropical do planeta são, em grande parte, produto do desflorestamento causado por atividades como a mineração ilegal e o comércio ilícito de madeira, que dispararam durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022).
Somente no ano passado, foram registados 115.033 focos de incêndio no bioma, 53% a mais que em 2021 e o maior número para um ano desde 2010.
Durante o mandato de quatro anos de Bolsonaro, favorável à exploração dos recursos naturais da Amazónia, inclusive em reservas indígenas onde atividades produtivas que não sejam desenvolvidas para e pelas comunidades são proibidas por lei, a média de área devastada foi de 11.396 quilómetros quadrados por ano, 59,5% a mais do que nos quatro anos anteriores.
A recuperação da Amazónia brasileira é um dos principais compromissos anunciados pelo atual Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, desde que foi eleito em outubro passado.
Uma das ações mais fortes de Lula da Silva, no curto período de dois meses em que está no cargo, foi o combate frontal à mineração ilegal na terra Yanomami após descobrir a gravíssima situação humanitária e sanitária em que vivia esta etnia devido à extração ilegal de metais precioso como ouro.
A reserva, que ocupa cerca de 10 milhões de hectares, está localizada nos estados de Roraima e Amazonas, perto da fronteira com a Venezuela.
Segundo fontes oficiais, nos últimos anos cerca de 20.000 mineradores ilegais invadiram a reserva indígena e com a sua atividade maciça contaminaram rios com mercúrio e devastaram parte daquele território, habitado por cerca de 30.000 indígenas.