Quem consome mais deve pagar o custo das renováveis



O custo das energias renováveis deverá ser pago por quem consome acima de um determinado tecto, que será tanto mais caro quanto o consumidor se afastar dele.

E, já agora, quem consumir energia nas horas mais caras deve pagar mais. Desta forma, os pequenos consumidores seriam mais poupados nos seus consumos e a indústria, invariavelmente, seria chamada a pagar a maior parte da factura.

Quem defende esta teoria é Tulsi Tanti, presidente da indiana Suzlon, a terceira maior fabricante de turbinas eólicas.

“Por que razão deve toda a gente pagar? Se eu consumir 2000 unidades de energia em casa pago o normal a um custo razoável, mas se quero consumir mais de 2000 unidades devia pagar o dobro e os do dobro é que deveriam pagar o custo da energia renovável”, explica Tanti.

“Isto tem de ser feito” – continua – “todos os países têm uma população rica e uma classe média (…) e os reguladores têm de construir um mecanismo dinâmico de tarifas”.

De acordo com o responsável, há inclusive países em que os que gastam mais pagam menos. “Isso promove o consumo de energia, não a eficiência, ao dar-se um desconto sobre o consumo”.

Em entrevista publicada ontem no jornal Público, Tanti começa por dizer que por cada megawatt instalado é criado um emprego directo e cinco indirectos. “Este é um mercado que cria empregos e que dá actualmente um grande contributo para estimular a economia”, explica.

Sobre o mercado português, o responsável destaca os “bons recursos de vento e sol” e o “bom potencial eólico offshore”.

“Temos fornecido as turbinas para os parques eólicos da EDP nos Estados Unidos. Em Portugal, estamos presentes através da Repower, a nossa subsidiária para a Europa. Temos uma parceria com a Martifer e produzimos turbinas, rotores e pás, mas infelizmente é para exportar, não para o mercado doméstico”, continuou Tanti.

Finalmente, o presidente da Suzlon afirmou que a empresa tem 400 MW de projectos nos próximos três anos para instalar no mercado português. “Este é o nosso compromisso com o mercado nacional”, concluiu o responsável.

Vale a pena ler a entrevista na íntegra.





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